Os estudos para a implantação do primeiro Veículo Leve sobre Trilho (VLT) movido a hidrogênio verde já foram iniciados. O projeto é uma iniciativa do Grupo CCR, empresa de concessão de infraestrutura, transporte e serviços do País.
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De acordo com a empresa, o próximo passo é alinhar os estudos à região que melhor se adequa às necessidades de um VLT. Um desses parâmetros de instalação é, por exemplo, a proximidade de um centro de produção de hidrogênio verde. Segundo a empresa, a Bahia aparece como um dos Estados que podem sediar o projeto piloto.
Por enquanto, não há expectativa de participação do poder público no projeto. O aporte também deve variar conforme a localização em que o VLT movido a hidrogênio será implantado.
Para Marcio Hannas, presidente da CCR Mobilidade, o Brasil já tem um grande potencial de produção de energia limpa. “É um país onde essa solução de ferrovia a hidrogênio pode ter uma presença importante no segmento ferroviário aqui no País. A gente foi buscar essas soluções justamente por acreditar no potencial do Brasil para utilização da energia por hidrogênio verde”, afirma.
Além do baixo impacto ambiental de um VLT movido a hidrogênio verde, a implementação de um trem como esse também pode representar economia a longo prazo. Apesar de o custo de operação ser maior que um veículo semelhante movido a energia elétrica, o investimento estrutural é mais baixo. Segundo o presidente, os custos de manutenção com bacos de rede elétrica, por exemplo, são menores.
No último ano, iniciativas com hidrogênio verde surgiram em todo o País. Em Santa Catarina, por exemplo, a primeira usina de hidrogênio verde do Estado está instalada no território da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Lá, o combustível produzido a partir da água da chuva captada no local utiliza a energia produzida pelos próprios painéis solares do prédio.
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Para ser considerado “verde”, o hidrogênio precisa que todas as etapas de sua produção utilizem apenas meio de energias renováveis, como a solar e a eólica. Durante a eletrólise a água passa por um processo de purificação e, depois, passa por um eletrolisador que produz hidrogênio e oxigênio. Assim, apenas o vapor de água condensada vai para a atmosfera.
O tema tem ganhado força no debate público, por apresentar grande potencial na redução de uso de combustíveis fósseis, além da diminuição da emissão de gases poluentes. Recentemente, o Congresso Nacional aprovou a PL 2308/2023, em que institui o marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, com incentivos para a indústria do hidrogênio.