Quando certo componente do carro chega ao fim de sua vida útil, muita gente simplesmente faz a reposição e joga a peça antiga no lixo. Mas nem sempre isso é adequado. Dependendo do item, o descarte incorreto pode causar danos ao meio ambiente e à saúde. É o caso da bateria.
Na hora da troca, o manuseio deve ser adequado. “Da mesma forma que as baterias comuns, utilizadas em diversos sistemas eletrônicos, as dos veículos precisam passar pelo descarte apropriado para não contaminar o meio ambiente”, diz Cleber Willian Gomes, professor de Engenharia Mecânica da FEI.
Ele explica que os fabricantes de baterias são legalmente responsáveis pela reciclagem e contam com representantes comerciais para essa coleta: “A legislação brasileira (Artigo 33 da Política Nacional de Resíduos Sólidos) obriga que as fabricantes se estruturem e implementem sistemas de logística reversa das baterias no pós-consumo.”
Vale ressaltar que a frota de veículos cresce a cada ano no Brasil e a substituição das baterias acontece em grande escala. Assim, o dano ao meio ambiente pode ser enorme se elas forem descartadas em qualquer local.
Os elementos químicos pesados entram em contato com o solo, a água (lençol freático, rios e lagos) e, inclusive, com o ar, em função da evaporação, comprometendo também a saúde das pessoas.
O correto é comprar a nova bateria “à base de troca” em lojas especializadas. Ou seja, o componente velho fica no estabelecimento, que providenciará a destinação ideal.
Para Gomes, o recondicionamento e a remanufatura de baterias seguindo os padrões de projeto do componente são uma opção lucrativa e ecológica para o reuso das baterias.
Com o aumento de lançamento dos carros elétricos, uma dúvida frequente entre os usuários é como descartar a bateria desse tipo de automóvel corretamente.
“As montadoras vêm buscando alternativas para estender a vida útil das baterias”, afirma Gomes.
No carro elétrico, a bateria dura de oito a dez anos. Depois disso, ela ainda tem um período de sobrevida em aplicações estacionárias, aumentando seu tempo de uso em outras atividades, como ceder energia para o funcionamento de um eletrodoméstico, por exemplo.
Encerrado o ciclo da chamada segunda vida da bateria do veículo elétrico, ela é encaminhada para a reciclagem.
“A bateria é devolvida para os fabricantes, que darão o destino adequado aos componentes”, explica o professor.
Atualmente, as próprias montadoras estão se associando a outras empresas do setor para realizar a reciclagem das baterias sem danos ao meio ambiente.