Enchente: meu carro foi ‘alagado’, e agora?

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28/01/2022 - Tempo de leitura: 1 minuto, 50 segundos

Por conta das conhecidas “chuvas de verão”, quem mora em grandes cidades, principalmente, volta a se preocupar com um antigo problema: inundações e alagamentos. Para quem usa o carro no dia a dia, um congestionamento provocado pelas intempéries é motivo para aborrecimento, mas para quem tem o veículo danificado por isso, a dor de cabeça é muito maior.

De acordo com Ricardo Dilser, assessor técnico do grupo Stellantis no Brasil, no caso de você ter estacionado o seu carro num local e descobrir que ele foi alagado ao retornar, a primeira recomendação é não tentar dar a partida no motor nem ligar qualquer equipamento do veículo. 

“Quando você gira a chave no contato, mesmo sem acionar o motor, energiza toda a parte elétrica, e se algum sistema estiver com infiltração ou molhado, pode provocar curto-circuito ou danificar a central eletrônica, módulos e acionadores elétricos”, explica. “Assim, se isso ocorrer com você, o melhor é chamar o resgate e encaminhar o automóvel para a oficina.”

Outro motivo pelo qual não se deve tentar dar a partida no motor é que, caso a água tenha atingido o compartimento do filtro de ar ou outra abertura, ela pode entrar no motor e provocar danos sérios. Nesse caso, a seguradora pode até se recusar a ressarcir o prejuízo por conta do chamado “agravamento de risco”.

Tem como recuperar?

Depois que o carro foi alagado, a grande dúvida é se ele pode ser recuperado. De acordo com Dilsers, isso dependerá do estrago causado – o que representa um grande dilema para as seguradoras. 

Se não houver danos nos componentes eletrônicos mais sofisticados ou peças importadas, a recuperação é simples, por meio de um bom processo de limpeza e higienização interna. Mas a conta pode inviabilizar o negócio nos casos de automóveis luxuosos ou mais sofisticados. 

“Enquanto um carro compacto popular consegue ser recuperado com R$ 2 mil, para um sedã importado, pode ser necessário gastar R$ 90 mil, o que torna o processo inviável”, afirma o assessor da Stellantis. “Também depende de até que ponto o nível da água chegou.”