O sistema elétrico é um dos mais importantes e delicados do automóvel. Se ele estiver com problema, o risco de o carro pegar fogo aumenta. Mas não apenas: instalações de acessórios não compatíveis e vazamentos em mangueiras de combustível também são causas comuns de incêndios.
“Em caso de incêndio, a primeira atitude é não entrar em pânico, apesar da situação assustadora”, aconselha Jairo de Lima Souza, professor de engenharia mecânica automobilística da FEI.
“O motorista deve imediatamente desligar o carro, rádio e faróis e se certificar de que os outros ocupantes conseguem sair com segurança, permanecendo a uma distância segura, pois a fumaça e os gases liberados pelo incêndio são altamente tóxicos.”
O professor explica que se existir um princípio de incêndio e o motorista tiver recursos em mãos, como um extintor, ele deve utilizá-lo despejando o pó de maneira a criar uma nuvem sobre a chama.
“Se o princípio de incêndio estiver acontecendo no compartimento do motor, tente abrir o capô deixando apenas uma fresta para a projeção do pó do extintor. A partir disso, abra a tampa aos poucos e com cuidado. Vale ressaltar que os procedimentos iniciais do motorista não excluem acionar o Corpo de Bombeiros”, explica.
Segundo Souza, dependendo da extensão do incêndio, vários componentes eletrônicos ficam comprometidos ou inutilizados. Muitas vezes isso inviabiliza a recuperação total do automóvel devido ao alto custo.
Para evitar que seu carro pegue fogo, o proprietário não deve trocar a instalação elétrica original do fabricante. Quando houver queima recorrente e anormal de fusíveis, não pense duas vezes: faça a revisão completa do sistema elétrico para investigar a causa principal do problema.
Além disso, nunca é demais inspecionar periodicamente o estado das mangueiras de combustível e suas fixações. Afinal, trincas, ressecamento e atrito das mangueiras com outros componentes são fatores de risco para incêndios.
“Principalmente em carros com mais de 15 anos, as mangueiras do sistema de alimentação podem ressecar com o tempo, tornando-se quebradiças. Quando o combustível vaza, o risco de incêndio se multiplica”, salienta Souza. “Não esqueça também de verificar os chicotes elétricos que saem do alternador, a caixa de fusível e a bateria.”
Há outras recomendações sobre a manutenção. Em relação ao tanque do carro, é preciso procurar por sinais de ressecamento, alteração da cor e rachaduras na tubulação. Gasolina adulterada é o grande vilão de todos os componentes que trabalham diretamente com o combustível, uma vez que conduzem compostos químicos que dissolvem plástico e borracha.