Dados: 89% das mulheres periféricas temem estupro ao caminhar

Estudo feito pelo Instituto Locomotiva a pedido da 99 revela que 96% das mulheres de baixa renda ouvidas na pesquisa sentem medo em seus deslocamentos a pé

Entre os motivos estão o medo de estupro (89%), assédio ou importunação sexual (85%), assaltos ou furtos (93%) ou mesmo olhares insistentes e cantadas (78%)

O recém-divulgado estudo ouviu 2.750 mulheres presencialmente entre janeiro e fevereiro deste ano, das classes C, D e E, das praças de São Paulo (capital e Região Metropolitana) e do Rio de Janeiro (capital)

O levantamento revela que a maior parte das mulheres de baixa renda se desloca intensamente pela cidade: 65%, ao menos cinco vezes por semana. E 69% delas andam a pé em seus trajetos, sendo que quase metade desse universo (47%) o fazem durante o período da noite ou madrugada

O medo nos deslocamentos a pé possui impactos reais para mulheres em geral, mas principalmente nas de baixa renda. Rotinas, compromissos e até oportunidades de formação acadêmica e de trabalho são afetados

Assim, de cada 10 mulheres, 6 já afirmam que já desistiram de ir a algum lugar por insegurança de caminhar. E 63% delas já se atrasaram para compromissos por ter que desviar o caminho

“Nossa pesquisa mostrou que as consequências negativas da insegurança são amplas: abala não apenas a saúde mental, mas também outras dimensões da vida social e o acesso às oportunidades de emprego”, diz Meirelles

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