Desde 2021, a quantidade de cidades sem catraca disparou: 104 locais. Mas a maioria são pequenas ou têm fontes de financiamento acima da média.
Para Francisco Christovam, diretor da NTU, a resposta não é simples. O primeiro ponto é a falta de uma autoridade única para toda região metropolitana.
Sem isso, adotar a gratuidade em ônibus e não no metrô, por exemplo, causaria distorções.
Para evitar superlotação seriam necessárias grandes obras de infraestrutura, e não há espaço no orçamento para isso, segundo Christovam.
Uma das soluções seria usar o valor do vale-transporte para um fundo de mobilidade. Porém, atualmente, as decisões da Justiça têm considerado ilegal esse procedimento.
Seria preciso também mudar as relações entre municípios e Estado com as empresas de transporte. No modelo “tradicional”, a tendência era que as empresas diminuíssem os custos com diminuição da qualidade do serviço.
Ao contrário, se há um orçamento público ou fundo destinado ao transporte, é possível avaliar investimentos em inovações, expansões e melhorias dos equipamentos a partir da disponibilidade de verbas.
A tarifa gratuita só é possível com mudanças na forma como pensamos o transporte público. Do jeito que está, o diretor da NTU é taxativo: “é impossível a tarifa zero de forma plena”.