Tarifa zero na Grande São Paulo é possível? Especialista responde

Ao total, 146 cidades brasileiras oferecem a gratuidade

Desde 2021, a quantidade de cidades sem catraca disparou: 104 locais. Mas a maioria são pequenas ou têm fontes de financiamento acima da média.

Outras cidades adotaram a catraca livre apenas parcialmente, como São Paulo, aos domingos.

Seria possível adotar a tarifa zero para todos, todos os dias?

Para Francisco Christovam, diretor da NTU, a resposta não é simples. O primeiro ponto é a falta de uma autoridade única para toda região metropolitana.

Sem isso, adotar a gratuidade em ônibus e não no metrô, por exemplo, causaria distorções.

Para evitar superlotação seriam necessárias grandes obras de infraestrutura, e não há espaço no orçamento para isso, segundo Christovam.

Uma das soluções seria usar o valor do vale-transporte para um fundo de mobilidade. Porém, atualmente, as decisões da Justiça têm considerado ilegal esse procedimento.

Seria preciso também mudar as relações entre municípios e Estado com as empresas de transporte. No modelo “tradicional”, a tendência era que as empresas diminuíssem os custos com diminuição da qualidade do serviço.

Ao contrário, se há um orçamento público ou fundo destinado ao transporte, é possível avaliar investimentos em inovações, expansões e melhorias dos equipamentos a partir da disponibilidade de verbas.

A tarifa gratuita só é possível com mudanças na forma como pensamos o transporte público. Do jeito que está, o diretor da NTU é taxativo: “é impossível a tarifa zero de forma plena”.

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