A fórmula da Stock Car

O ex-F1 Rubens Barrichello está próximo do título da Stock Car. Foto: Duda Bairros

16/11/2022 - Tempo de leitura: 3 minutos, 18 segundos

Passadas as emoções de mais um Grande Prêmio de Fórmula 1 no Brasil, em sua marcante edição de 50 anos por aqui, falar de história e da ligação entre a categoria máxima do automobilismo e a Stock Car vem a propósito neste momento.

Na verdade, o número 50, redondo, inclui a primeira prova disputada no Brasil, em 1972, apenas de exibição e que não contou pontos, mas serviu para gerar a centelha na torcida brasileira, uma das mais aficionadas do mundo. E, para finalizar o roteiro perfeito, nos três anos seguintes, já fazendo parte do calendário oficial da categoria, as vitórias foram brasileiras, de Emerson Fittipaldi, em 1973 e 1974, e de José Carlos Pace, em 1975.

Pace, mais conhecido pelo apelido “Moco”, dá nome ao circuito localizado na capital paulista, onde, daqui a 25 dias, será decidida a temporada 2022 da Stock Car Pro Series.

Classes e categorias

O automobilismo é um esporte dividido em classes e categorias, de acordo com o tipo de equipamento utilizado. Há, basicamente, três tipos de carro de corrida: 

1 – Protótipos, que são modelos especialmente projetados para competições; porém, guardando algumas semelhanças com carros de uso normal nas ruas, nos quais se baseiam.

2 – Carros de turismo, estes, sim, derivados de modelos de produção, como é o caso da Stock Car Pro Series, onde Toyota Corolla e Chevrolet Cruze, semelhantes aos modelos comercializados nas concessionárias, medem forças nas pistas.

3 – Monopostos, popularmente chamados de “fórmula”, por serem resultado de um projeto exclusivamente dedicado às corridas, sem compromissos estéticos que os assemelhem a qualquer modelo normal de produção. Por isso, a alcunha, pois seriam o resultado de uma “fórmula” de engenharia, na qual se enquadram os F1.

A Stock Car Pro Series é a categoria de turismo que mais teve e tem pilotos de Fórmula 1 envolvidos, em toda a América Latina. Nada menos do que 22, que já disputaram a categoria máxima mundial, pilotaram na Stock Car, em diferentes momentos. Desde os pioneiros, Ingo Hoffmann e Raul Boesel, presentes na primeira temporada, em 1979, até os atuais quatro ex-F1 em atividade: Felipe Massa, Nelson Piquet Jr., Ricardo Zonta e o líder na tabela, Rubens Barrichello. Entre eles, Zonta é quem mais provas correu na Stock Car.

Desses 22 nomes, há também casos de pilotos com apenas uma corrida na Stock Car, como os brasilienses Felipe Nasr, em 2018, e Roberto Pupo Moreno (2005), e do espanhol Jaime Alguersuari, em 2015.

Lista longa

Ricardo Zonta é o ex-F1 em atividade com mais provas disputadas na Stock Car. Foto: Duda Bairros

O 12 vezes campeão Ingo Hoffmann, líder em quase todas as estatísticas da categoria, é o piloto com passagem pela Fórmula 1 com mais corridas disputadas na Stock Car. São 332 provas, entre 1979 e 2018 (39 temporadas). O segundo nessa lista, Zonta, soma 254 largadas – porém, em 15 temporadas. O curitibano que defendeu as equipes BAR, Jordan e Toyota na F1, entre 1999 e 2000, é forte candidato a se tornar o ex-F1 recordista de provas na Stock Car, já que, atualmente, as etapas são compostas por duas corridas.

Raul Boesel, com 68 largadas na Stock Car, fez o roteiro inverso. Saiu do Brasil no final de 1979 e disputou duas temporadas de Fórmula 1, em 1982 e 1983, foi campeão mundial de protótipos, em 1987, disputou a Fórmula Indy, entre 1985 e 2002, ano em que conciliava a temporada internacional com a da Stock Car – para onde retornou em 2001.

A presença de pilotos com experiência internacional sempre determinou o alto nível de competitividade da Stock Car Pro Series. Porém, a categoria tem como forte característica a formação de novos pilotos, cuja mescla com os mais experientes proporciona disputas de altíssimo nível técnico, como veremos na Grande Final BRB da Stock Car, que acontecerá, no próximo dia 11 de dezembro, no mesmo autódromo de Interlagos utilizado pela Fórmula 1 no último final de semana.