Paris tem um dos maiores congestionamentos do mundo. Na capital francesa, os condutores passam 163 horas por ano em engarrafamentos, segundo dados do TomTom Traffic Index de 2019. A cidade costuma registrar 200 quilômetros diários de vias congestionadas.
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Na Cidade Luz, o serviço de urgências recebe entre 300 e 400 chamadas telefônicas por dia, que resultam em aproximadamente 250 saídas de veículos de emergência, de acordo com a prefeitura parisiense. A lentidão do tráfego atrapalha o deslocamento de ambulâncias para atender emergências, quando cada minuto pode fazer a diferença entre a vida e a morte.
Para superar esse obstáculo, foi criada a Emergency Bike, primeira bicicleta elétrica para uso médico. O projeto foi desenvolvido pela Ecox, empresa especializada em e-bikes, em parceria com a agência de publicidade Wunderman Thompson Paris.
O projeto conta com o apoio da Urgences Médicales de Paris e tem como objetivo ajudar a salvar vidas oferecendo aos médicos socorristas um modo de transporte seguro e rápido.
Em setembro, os socorristas de Paris começaram a utilizar esses veículos em fase de testes. “Após o confinamento, os parisienses não usarão mais tanto o transporte público. Muitos deles usarão seus carros, o que criará ainda mais engarrafamentos. Amanhã, mais do que nunca, os médicos vão precisar de bicicletas de emergência”, afirma o CEO da Ecox, Mathieu Froger.
Desde as especificações ao design da moto, passando pela parte técnica e médica, tudo foi pensado para atender às necessidades muito específicas dos médicos socorristas. Além disso, o conceito está disponível em diversos tipos de bicicletas (de carga, mountain bike ou urbana).
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Os veículos são equipados com um compartimento para equipamentos de saúde, uma caixa isotérmica, além de pneus reforçados contra furos e marcações de segurança médica refletoras nas rodas. As e-bikes também contam com luz LED azul de longo alcance e buzina de 140dB, que permitem a sinalização de emergência.
Para propiciar um elevado número de viagens urbanas, a bicicleta possui um motor elétrico e uma dupla de baterias com capacidade total de 500kW que viabilizam autonomia para 160 quilômetros por recarga. Cada veículo pode ser localizado em tempo real via GPS e ainda tem uma entrada USB para conectar qualquer dispositivo eletrônico.
Os veículos se locomovem facilmente de forma rápida no trânsito intenso, estacionam em vagas limitadas e, o mais importante, permitem que os médicos cruzem Paris com seu equipamento mais rapidamente do que qualquer outro veículo.
Apesar de ter pouco tempo desde o início da experiência, um dos médicos socorristas participantes, Martin Méaler admite já poupar “uma hora em transportes por dia” com a utilização da Emergency Bike.
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A iniciativa pode ser expandida para outras cidades, caso tenha sucesso durante o piloto. A prefeitura de Paris afirma que a ideia pode ser estendida também para enfermeiras, transportadores médicos e até bombeiros, entre outros profissionais.
Fonte: Smart Cities, Futura Sciences, Ebike Generation, Prefeitura de Paris, Science Post, Ecox.
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