Desafio das cidades brasileiras, a mobilidade urbana precisa avançar e encurtar caminhos para a implementação de novos modais inspirados em modelos internacionais e, principalmente, considerando as necessidades de locomoção e comportamento das pessoas e do meio ambiente. E estudos como o Ranking Connected Smart Cities, mais importante levantamento do País sobre o ecossistema, ajudam na definição das cidades com maior potencial de desenvolvimento.
Um dos recortes do levantamento é o de Mobilidade e Acessibilidade. A edição 2020 aponta as três primeiras colocações: São Paulo (SP), Brasília (DF) e Vitória (ES), respectivamente. Nas seis edições, a capital paulista manteve a liderança.
Willian Rigon, diretor e sócio da Urban Systems e Connected Smart Cities
e que também coordena o estudo, ressalta que o ranking avalia o eixo de mobilidade pautado em acessibilidade, conectividade e modais de transporte, considerando oito indicadores, e, no total possível de 6,75 pontos, as três cidades atingiram menos de 4,3 pontos.
“O levantamento avalia a proporção de automóveis por habitante, atrelada à eficiência e poluição, multimodalidade, quilometragem do transporte de massa: metrô e trem urbano e ciclovia, também associada à saúde e ao meio ambiente. As conexões entre cidades – rodoviárias e aeroviárias, que cumprem um papel de mobilidade e conexão econômica –, e o percentual de veículos de baixa emissão”, comenta Rigon.
São Paulo possui a maior malha de metrô e trens do País e um projeto cicloviário em expansão, somando 680 quilômetros, inserido em áreas empresariais e que dá acesso às regiões periféricas. Com maior conectividade interestadual, a capital conta com o aeroporto de Congonhas e fácil acesso aos aeroportos internacionais de Guarulhos e Campinas.
Além do ingresso de veículos de baixa emissão, Vitória se destaca com seus 12,94 quilômetros de ciclovia por 100 mil habitantes. São Paulo possui a relação de 2,82 quilômetros por 100 mil habitantes.
Em Brasília, os modais alternativos se sobressaem nos indicadores de conectividade e acessibilidade, com 13,82 quilômetros de ciclovia por 100 mil habitantes e duas linhas de metrô, que auxiliam no deslocamento entre as áreas distantes e o plano piloto.
Paula Faria, CEO da Necta e idealizadora do Connected Smart Cities & Mobility, reforça a urgência e a importância de, efetivamente, o País priorizar a sustentabilidade no planejamento das cidades, considerando que a mobilidade precisa ser disruptiva e inclusiva, contemplando a micromobilidade e a conectividade, bem como entendendo que o centro de tudo é o cidadão.
“Verdadeiramente, só teremos a tão sonhada revolução da mobilidade urbana com base nessas transformações. E elas precisam acontecer com rapidez e efetividade. Por isso, é tão importante o envolvimento e a participação de todos na construção dessas políticas, em que reforço a sociedade, o setor público e privado, as entidades e a academia. Falando especificamente de São Paulo, em que o seu Plano Diretor Estratégico e os projetos urbanísticos serão debatidos ao longo dos próximos meses, a gestão terá a oportunidade de contemplar no projeto, que teve a última revisão em 2014, iniciativas alinhadas ao atual contexto, em que enfatizo a mobilidade urbana entre as prioridades”, disse.
O tema está no contexto do Connected Smart Cities & Mobility 2021.
Link: https://evento.connectedsmartcities.com.br/