Internet 5G ou, simplesmente, 5G. É difícil encontrar alguém – principalmente nas grandes cidades – que não tenha ouvido falar do novo padrão de comunicação que está sendo implantado no Brasil (Brasília foi a primeira capital do País a utilizar o sistema). Mas como funciona essa tecnologia em relação aos automóveis?
Primeiramente, vale explicar que o 5G é a evolução do padrão de comunicação móvel, seguindo a ordem 2G, 3G, 4G.
“A diferença é que o novo sistema permitirá transmitir dados de maneira praticamente instantânea, uma vez que sua velocidade é até 20 vezes maior que a do 4G, com latência (tempo de resposta a um comando) de 1 milissegundo e confiabilidade de praticamente 100%”, explica Andreas Müller, chefe de Comunicação e Tecnologia de rede da Bosch, na Alemanha.
O principal destaque, contudo, é que o 5G possibilitará explorar novas funcionalidades, já que, pela primeira vez, o padrão de comunicação foi pensado não somente para conectar pessoas, mas também sensores, máquinas e outros equipamentos, por meio da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), afirma Müller.
Para compreender, vamos lembrar que, em muitas situações diárias no trânsito, os motoristas não conseguem ver tudo. Um pedestre pode surgir detrás de um veículo estacionado ou um carro sair repentinamente de uma rua sem saída.
Os automóveis mais modernos possuem câmeras e sensores que atuam como “olhos auxiliares”, mas, mesmo assim, não conseguem visualizar além de curvas ou o que está atrás de obstáculos.
Agora imagine que as informações captadas por carros e câmeras instaladas em semáforos, por exemplo, sejam acessadas por outros veículos, graças à internet 5G. Isso permitirá que os motoristas percebam qualquer anormalidade, proporcionando mais segurança e fluidez no trânsito.
Tem mais. Um sensor instalado em um semáforo poderá coletar dados sobre a quantidade de veículos durante o dia, alterando o tempo de operação conforme o movimento.
Além disso, a tecnologia permitirá que motoristas sejam alertados sobre eventuais acidentes ou congestionamentos. Tudo de forma instantânea.
Um carro conectado que passar por uma obra ou um buraco enviará essa informação à nuvem, por exemplo. Outros motoristas poderão evitar passar pelo mesmo trecho.
Essa troca de informações em altíssima velocidade também vai acelerar a chegada dos carros autônomos, que poderão “tomar decisões” automaticamente baseados nos dados coletados junto à infraestrutura das cidades. A tecnologia 5G, porém, deve demorar a chegar ao Brasil. Inicialmente, começará a ser implantada nas cidades mais populosas e estará acessível somente para automóveis mais modernos.