Embora ainda seja o mais comum nos automóveis brasileiros, o câmbio manual vem perdendo espaço. Com o “anda e para” dos congestionamentos, muitos preferem dirigir sem a preocupação de trocar as marchas, tornando a condução mais confortável.
Veja quais são as principais diferenças entre as transmissões presentes nos carros:
Esse sistema utiliza dois pares de engrenagens, que se conectam ao motor. Na transmissão manual, o próprio motorista aciona a embreagem e engata a marcha mais apropriada para o momento. Quando a alavanca de câmbio é movimentada, entra em ação o garfo de engate, permitindo que as luvas de engate se encaixem à engrenagem.
“A vantagem do câmbio manual é a manutenção mais barata, pois é mais fácil encontrar peças e reparadores”, afirma o engenheiro de mecânica automotiva Marco Barreto, coordenador do curso de mecânica automotiva da Pós-Graduação do Centro Universitário FEI.
Sem intervenção do motorista, o câmbio automático cuida de todo o processo de seleção das marchas. Seu projeto adota as chamadas engrenagens planetárias, que agrupam diversas engrenagens menores com diferentes tamanhos.
A troca de marcha ocorre quando o sistema interpreta a velocidade do carro e a rotação do motor, a fim de criar uma combinação de engrenagens mais favorável no interior da planetária.
A conexão entre a caixa de transmissão automática e o motor é indireta, graças ao conversor de torque. Ele armazena um fluido interno, bombeado pelo motor, fazendo com que outra peça, em forma de turbina, se movimente e execute a transferência de força. “O câmbio automático é mais eficiente e custa menos para manter que o automatizado”, revela Barreto.
O funcionamento do câmbio automatizado é parecido com o do manual. A diferença é que um sistema computadorizado aciona a embreagem e a troca das marchas. Barreto explica que a transmissão de dupla embreagem é a evolução do câmbio automatizado convencional: “Ela fica no meio do caminho da manual e da automática.”
Os modelos dotados com esse sistema realizam a troca mais rápida, precisa e suave. “Enquanto uma marcha está em funcionamento, a próxima já está pré-engatada, reduzindo o tempo de troca e a perda de força entre uma mudança e outra”, diz. Na transmissão automatizada de dupla embreagem, uma embreagem é responsável pelas marchas pares e outra se incumbe das ímpares.
Câmbio CVT
“O câmbio CVT (continuously variable transmission, ou transmissão continuamente variável) não tem engrenagens e funciona através de duas polias interligadas com uma correia metálica no meio”, explica Barreto. O sistema cria relações de marchas virtualmente infinitas, sem trancos de uma passagem para outra. O CVT tem condições de identificar qual é a faixa ideal de rotação do motor e modifica a relação entre a polia que envia a força do motor e a polia que recebe essa força na caixa de transmissão. Uma vez mantendo o veículo na faixa ideal de rotação, o consumo de combustível é mais econômico.