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O metaverso é o exemplo perfeito de que a vida pode replicar a ficção. Com a evolução da computação gráfica e da rede 5G, a tecnologia ganhou força a partir da década 2010.
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Mas o termo apareceu pela primeira vez na obra literária Snow Crash, de Neal Stephenson, lançada em 1992. O livro trata de um futuro assustador, em que as pessoas, para fugir do caos, passam a maior parte do tempo em uma realidade virtual como avatares.
De maneira simples, o metaverso pode ser definido como uma internet avançada. Só que, em vez de apenas navegar por sites, usuários podem interagir com o ambiente virtual tridimensional por meio de projeções visuais.
“O metaverso oferece várias aplicações, desde o uso na educação, no comércio com lojas virtuais ou mesmo no entretenimento com games”, afirma Flávio Sakai, diretor de Eletrônica e Conectividade da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA). “Na indústria automotiva, é uma ferramenta extraordinária para treinamentos e desenvolvimento de soluções.”
Sakai destaca a possibilidade de aprimorar recursos, como os assistentes de condução semiautônomos. “Em ambiente virtual, é possível entender as capacidades do carro de reagir ou mesmo o comportamento de um pedestre”, diz ele. “Pode-se simular o veículo em movimento na cidade e suas interações com o trânsito. O metaverso aprimora os softwares antes mesmo de eles chegarem aos veículos.”
Outro benefício para a indústria, segundo o executivo, é a capacidade de acelerar projetos. Por exemplo: criar e pôr em funcionamento uma fábrica virtual e, a partir dela, garantir a eficiência dos processos antes das instalações físicas. “O custo dessa tecnologia ainda é alto, mas tende a cair com sua popularização”, revela Sakai.
O metaverso também pode ser aplicado como dispositivo de qualificação. Em uma fábrica simulada, colaboradores são treinados para operar máquinas, montar peças e seguir normas de segurança. O ambiente virtual ajuda os profissionais a diagnosticar falhas e fazer a manutenção do veículo de maneira mais assertiva, abreviando prazos e reduzindo custos.
O consumidor pode tirar vantagem da interação com o carro sem precisar se deslocar a uma concessionária. Pelo ambiente virtual, ele consegue configurar o modelo e até fazer um test drive. “É como curtir uma festa sem estar nela”, compara Sakai.
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