Todos os carros produzidos no País atualmente contam com injeção eletrônica de combustível, sistema que passou a substituir o antigo carburador nos motores a partir da década de 1990. Hoje, contudo, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o funcionamento da tecnologia, o que pode ocasionar mau uso.
“O problema mais comum é clientes abastecerem em qualquer posto, sem criar uma assiduidade com um estabelecimento”, diz Luciana Félix, especialista em mecânica de automóveis e proprietária da Na Oficina, em Belo Horizonte (MG).
“Se você abastecer sempre em postos diferentes, além de se expor mais ao risco, terá dificuldades em saber qual o local responsável por uma gasolina ruim.”
A dica é, então, adotar um local de confiança sempre que possível. Se estiver na estrada, procure um posto de bandeira conhecida e peça o cupom fiscal.
“Na minha oficina, só faço a limpeza em casos muito específicos, quando o diagnóstico indica que os bicos injetores estão, de fato, sujos, prejudicando o desempenho do carro, com o motor apresentando falhas, perda de potência e outros indícios”, afirma Luciana Félix. “Em muitos casos, isso é suficiente para resolver o problema.”
Mas é preciso ter certeza de que o serviço é necessário. Na maioria dos casos, fazer a limpeza dos bicos como medida preventiva é desnecessário e apenas uma forma de alguns estabelecimentos ganharem dinheiro “empurrando” serviços ao cliente.
Outra dúvida comum está relacionada aos carros flex. Muitas pessoas reclamam de falhas para dar partida após trocarem ou acrescentarem outro tipo de combustível.
“Isso ocorre porque o motorista não rodou pelo tempo que a central eletrônica do carro necessita para ‘entender’ que houve a mudança e ajustar o funcionamento para o novo combustível”, explica Luciana.
“Recomendo aos meus clientes que, após mudarem o combustível, rodem uns 10 quilômetros, pelo menos, para que o motor se ajuste e siga funcionando normalmente.”
Há dois tipos atualmente no mercado: injeção direta e indireta.
Na maioria dos carros com motores de projeto mais antigo, a injeção é do tipo indireta. O combustível é introduzido antes de a mistura ar-combustível ser admitida na câmara de combustão.
Já os motores mais modernos – e mais sofisticados – utilizam injeção direta. Nesse caso, o combustível é introduzido diretamente na câmara, proporcionando queima mais eficiente do combustível e maior potência do veículo.