O aumento cada vez maior dos emplacamentos de automóveis zero-quilômetro dotados de câmbio automático está decretando, lentamente, o fim da transmissão manual. O consumidor já percebeu muito bem a comodidade que esse equipamento proporciona, principalmente nas situações de “anda e para” dos congestionamentos das cidades.
“Apesar da preferência, é bom que o usuário saiba que câmbio automático não é sinônimo somente de vantagens”, diz Marco Barreto, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). Há alguns aspectos negativos que devem ser considerados antes da compra. Veja, a seguir, quatro vantagens e quatro desvantagens desse tipo de transmissão.
Conforto. A caixa automática dispensa o acionamento da embreagem e, consequentemente, do seu pedal. O motorista não tem de se preocupar com as trocas manuais na alavanca, porque o sistema executa essa tarefa sozinho. “Assim, o câmbio automático deixa a condução mais confortável, diminuindo o cansaço do motorista em engarrafamentos ou viagens mais longas”, afirma Barreto.
Trabalho suave. Ao contrário dos automóveis com câmbio manual, sujeitos a solavancos a cada troca de marcha, nos automáticos ela acontece de forma suave e precisa, oferecendo maior conforto ao motorista e aos passageiros.
Robustez. Os câmbios automáticos são projetados para funcionar com eficiência, esticando a durabilidade dos componentes da engrenagem. Eles são duráveis e suportam mais o torque. Por isso, essa transmissão se adapta ainda melhor em picapes, SUVs e modelos potentes. O câmbio com conversor de torque tem vida útil de cerca de 100 mil quilômetros, prazo que pode ser ampliado se o motorista fizer bom uso do equipamento e se mantiver a manutenção em dia.
Facilidade de uso. Dirigir com câmbio automático é mais simples e requer menos habilidade do que um câmbio manual, ainda mais para motoristas novatos, que nem sequer precisam pensar no tempo de mudança de marcha ou pisar no pedal da embreagem.
Mais caro. Os carros com câmbio automático dominam o mercado brasileiro, mas, apesar dessa popularização nos últimos anos, eles ainda são mais caros. A diferença em comparação ao mesmo modelo equipado com transmissão manual é de aproximadamente R$ 5 mil.
Consumo elevado. Essa transmissão é mais pesada e exige maior esforço do motor, aumentando o consumo do automóvel. “Entretanto, a tendência é que essa diferença diminua cada vez mais, graças a sistemas modernos e motores eficientes”, diz o docente.
Manutenção. O câmbio automático é, hoje, muito mais confiável do que na época de seu surgimento. Quando ele sofre alguma avaria, porém, o usuário deve preparar o bolso, porque seu reparo é mais caro que o do câmbio manual, devido ao projeto mais sofisticado e às tecnologias complexas. Além disso, o dono do veículo deve recorrer a oficinas especializadas, o que aumenta o valor do serviço.
Controle limitado. Alguns motoristas ainda preferem ter pleno controle do automóvel na hora de ultrapassar outro carro ou “segurar” o veículo em um declive, por exemplo. Nesse aspecto, o câmbio automático, embora possua recursos para cada situação, não é o mais indicado, já que foi elaborado justamente para livrar o condutor dessas experiências.