Ela comprou um carro elétrico e gasta cerca de R$ 100 por mês para rodar

Gláucia Savin: “Para a minha necessidade de consumo, gasto cerca de R$ 15 de recarga semanal e R$ 9 de combustível para o REX”. Foto: Arquivo Pessoal

30/03/2022 - Tempo de leitura: 3 minutos, 15 segundos

Imagine que você é uma profissional do direito ambiental, que trabalhou como procuradora do Município de São Paulo por mais de 30 anos, sempre focada em controle de poluição atmosférica, e teve de aprender muito sobre emissões veiculares. Qual seria o seu maior desejo?        

No caso de Gláucia Savin, era ter um carro elétrico, que não emitisse gases de efeito estufa, fosse silencioso e gostoso de dirigir. “Comprei meu primeiro veículo elétrico há cerca de três anos. Em um primeiro momento, a fim de entender o seu funcionamento e ver se eu me adaptaria, fui atrás de um usado. Comprei um BMW i3”, relata.        

A advogada conta que adorou o seu novo meio de locomoção, mas surgiu um dificultador no meio do caminho. No início da pandemia, a mãe dela, que reside em Ribeirão Preto, cerca de 300 quilômetros da capital paulista, iniciou um tratamento de saúde que exigia de Gláucia se locomover com frequência para o interior. Com receio de ficar sem energia durante o percurso, ela decidiu adquirir uma versão mais nova, o BMW i3 REX, com um extensor de autonomia, uma espécie de gerador movido a combustão e que ajuda na recarga da bateria.        

De acordo com a montadora BMW, o motor elétrico i3 REX tem autonomia de 180 quilômetros no modo exclusivamente elétrico. Com a ajuda do extensor, que agrega um motor a gasolina compacto, de 647 cm³, são disponibilizados mais 150 quilômetros. “Eu me tornei uma melhor motorista com o carro elétrico, isso porque fiquei mais atenta a todas as informações. O carro calcula o consumo de acordo com o perfil do usuário, e eu sei que consigo uma recuperação maior se antecipar a frenagem, por exemplo. Dirijo economizando, e o computador está acompanhando todos os detalhes do meu estilo de dirigir.”

Tecnologia de avanço rápido

“Felizmente, tudo está acontecendo muito rápido. No início da pandemia, não era possível fazer uma viagem a Ribeirão Preto porque havia o risco de ficar no meio do caminho, já que a infraestrutura era ainda menos eficiente. Então, optei por um modelo que me proporcionasse tranquilidade”, explica.           

Sem medo de um eventual apagão e com a certeza do futuro da mobilidade, o publicitário René de Paula Jr., marido de Gláucia, também aderiu à tendência, e adquiriu um Renault Zoe. A advogada afirma que ela e o marido fizeram a aposta consciente de que o mundo vai mudar. “Essa causa é muito cara para mim. Simplesmente, não dá mais para continuarmos vivendo como se nada estivesse acontecendo. Tive que aprender bastante coisa sobre o carro e a infraestrutura para satisfazer a curiosidade das pessoas, mas também porque eu sabia que estava fazendo algo pela mobilidade.”        

Segundo ela, uma das grandes perguntas mais frequentes é sobre o custo de recarga. Ela ri ao dizer que custa mais ligar o secador de cabelo todos os dias do que recarregar seu carro uma vez por semana. “Sim, o custo na aquisição ainda é maior do que o dos veículos a combustão, mas é preciso considerar que o IPVA é mais barato, a manutenção também, a garantia da bateria é de oito anos, além de uma série de outros benefícios. Para a minha necessidade de consumo, gasto cerca de R$ 15 de recarga semanal e R$ 9 de combustível para o REX”, conclui.

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