Imagine que você é uma profissional do direito ambiental, que trabalhou como procuradora do Município de São Paulo por mais de 30 anos, sempre focada em controle de poluição atmosférica, e teve de aprender muito sobre emissões veiculares. Qual seria o seu maior desejo?
No caso de Gláucia Savin, era ter um carro elétrico, que não emitisse gases de efeito estufa, fosse silencioso e gostoso de dirigir. “Comprei meu primeiro veículo elétrico há cerca de três anos. Em um primeiro momento, a fim de entender o seu funcionamento e ver se eu me adaptaria, fui atrás de um usado. Comprei um BMW i3”, relata.
A advogada conta que adorou o seu novo meio de locomoção, mas surgiu um dificultador no meio do caminho. No início da pandemia, a mãe dela, que reside em Ribeirão Preto, cerca de 300 quilômetros da capital paulista, iniciou um tratamento de saúde que exigia de Gláucia se locomover com frequência para o interior. Com receio de ficar sem energia durante o percurso, ela decidiu adquirir uma versão mais nova, o BMW i3 REX, com um extensor de autonomia, uma espécie de gerador movido a combustão e que ajuda na recarga da bateria.
De acordo com a montadora BMW, o motor elétrico i3 REX tem autonomia de 180 quilômetros no modo exclusivamente elétrico. Com a ajuda do extensor, que agrega um motor a gasolina compacto, de 647 cm³, são disponibilizados mais 150 quilômetros. “Eu me tornei uma melhor motorista com o carro elétrico, isso porque fiquei mais atenta a todas as informações. O carro calcula o consumo de acordo com o perfil do usuário, e eu sei que consigo uma recuperação maior se antecipar a frenagem, por exemplo. Dirijo economizando, e o computador está acompanhando todos os detalhes do meu estilo de dirigir.”
“Felizmente, tudo está acontecendo muito rápido. No início da pandemia, não era possível fazer uma viagem a Ribeirão Preto porque havia o risco de ficar no meio do caminho, já que a infraestrutura era ainda menos eficiente. Então, optei por um modelo que me proporcionasse tranquilidade”, explica.
Sem medo de um eventual apagão e com a certeza do futuro da mobilidade, o publicitário René de Paula Jr., marido de Gláucia, também aderiu à tendência, e adquiriu um Renault Zoe. A advogada afirma que ela e o marido fizeram a aposta consciente de que o mundo vai mudar. “Essa causa é muito cara para mim. Simplesmente, não dá mais para continuarmos vivendo como se nada estivesse acontecendo. Tive que aprender bastante coisa sobre o carro e a infraestrutura para satisfazer a curiosidade das pessoas, mas também porque eu sabia que estava fazendo algo pela mobilidade.”
Segundo ela, uma das grandes perguntas mais frequentes é sobre o custo de recarga. Ela ri ao dizer que custa mais ligar o secador de cabelo todos os dias do que recarregar seu carro uma vez por semana. “Sim, o custo na aquisição ainda é maior do que o dos veículos a combustão, mas é preciso considerar que o IPVA é mais barato, a manutenção também, a garantia da bateria é de oito anos, além de uma série de outros benefícios. Para a minha necessidade de consumo, gasto cerca de R$ 15 de recarga semanal e R$ 9 de combustível para o REX”, conclui.
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