Pneus de carga: além da segurança, maior vida útil também é pré-requisito

Na hora de trocar o pneu de carga, a gestão de frota precisa saber as características do trajeto, carga transportada, peso, velocidade média usada no veículo e posição de montagem para a melhor relação custo x benefício

04/10/2022 - Tempo de leitura: 6 minutos, 36 segundos

Eles percorrem distâncias enormes, carregam toneladas de peso e trafegam por estradas inóspitas. E, como produtos de alto valor agregado, pneus de cargas precisam durar bastante e ainda serem capazes de suportar recapagem segura para uma segunda vida útil.

Quando a indústria desenvolve um pneu destinado a veículos pesados (assim como os de passeio), a principal preocupação é a segurança. No entanto, existe uma diferença entre os dois segmentos. “No caso dos primeiros, é preciso levar em conta onde eles irão rodar. Isso porque o desenvolvimento e a indicação estão diretamente ligados às aplicações específicas e de acordo com a necessidade imposta pelo tipo de serviço, trajeto, distância, e condições do terreno”, explica Rodrigo Alonso, diretor de vendas e marketing da Dunlop.

Leves x pesados

A carcaça dos pneus para veículos pesados também tem uma construção muito mais reforçada que os demais pneus, pois permite a recapagem. Além disso, a banda de rodagem do pneu de carga também possui algumas características específicas. Os compostos da borracha são voltados para oferecer uma maior resistência a cortes e picotamentos — caso de pneus fabricados para aplicação mista, ou seja, uso em asfalto e terra. “Nesses casos, sendo mais macio e flexível, o composto é desenvolvido para uso fora de estrada, prevenindo danos à banda de rodagem”, acrescenta o diretor.

Os modelos destinados a esse veículo ainda contam com dispositivo de defesa contra pedra, que são pequenos blocos dentro dos sulcos na banda de rodagem. “Eles também previnem o alojamento e perfuração de pedras na carcaça do pneu, aumentando sua vida útil e recapabilidade”, completa.

Custo x benefício

Ao contrário de veículos leves, nos quais há uma maior “previsibilidade” do uso, pneus destinados a veículos pesados necessitam de outras “contas” na hora de fazer uma troca. O consumidor precisa saber as características do trajeto, carga transportada, peso, velocidade média usada no veículo e posição de montagem. “Existem configurações específicas em cada pneu e estes fatores são primordiais para que a escolha seja feita corretamente, garantindo assim o bom rendimento e segurança durante a viagem”, revela Alonso.

Por meio da etiqueta do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), presente em cada produto vendido, é possível avaliar a resistência ao rolamento: quanto menor a resistência (ao rolamento), o pneu é mais eficiente em termos de consumo de combustível, aderência em pista molhada e nível ruído.

Quando o assunto é a relação custo/benefício do pneu, um ponto primordial é observar o CPK (termo popularmente conhecido para significar o custo por quilômetro; veja abaixo). “Esse cálculo simples é uma excelente ferramenta de gestão de custos e permite entender qual o custo apresentado pelo pneu a cada quilômetro rodado”, reforça Alonso.

Além do CPK, é preciso também considerar as despesas gerais, como o valor de compra do pneu, suas reformas e eventuais consertos e dividir pelo total de quilômetros percorridos com ele. “Dessa forma, nem sempre o pneu com um custo inicial de compra mais baixo, será aquele que irá apresentar a melhor alternativa para o bolso, ao fim de sua vida útil”, alerta.

Momento da troca

Verificar com regularidade os pneus é fundamental para identificar qual a hora mais oportuna para realizar as substituições — e também a melhor maneira de manter a segurança.  Além de reduzir custos, garante uma forma de dirigir defensiva e preventiva.

Além de atender ao que a lei determina — uma profundidade de sulco mínima de 1,6 mm — é preciso analisar o tipo de serviço e aplicação dos pneus em uso. Porém, caso os pneus possuam avarias, cortes ou perfurações, uma avaliação técnica é essencial para seguir viagem.

Por dentro do pneu

Fonte: Dunlop

  1. Composto: deve ser resistente à abrasão do solo, a fim de minimizar a geração de calor: ao resistir ao desgaste enquanto reduz a resistência ao rolamento, ele ajuda a melhorar a eficiência em consumo de combustível.
  2. Desenho da banda de rodagem: desenvolvido de acordo com a posição e aplicação a qual o pneu será destinado, ele é responsável por prover estabilidade, tração, escoamento de água, entre outras funções.
  3. Parede lateral: componente responsável por garantir conforto ao rodar através da flexão a partir de irregularidades do solo e movimentação do veículo. Ela também transmite o torque da roda para a banda de rodagem, gerando tração e resistência estrutural.
  4. Cintas de aço: elas dão suporte estrutural à banda de rodagem, garantindo a integridade e o desgaste uniforme do pneu, além de maximizar o contato do pneu com o solo, gerando maior aderência e tração.
  5. Amortecedor de cintas: reduz o atrito entre as cintas metálicas e auxilia no maior contato da banda de rodagem com o solo.
  6. Carcaça: responsável pela integridade estrutural do pneu, ela absorve as irregularidades das estradas e transmite os esforços de aceleração e frenagem à banda de rodagem.
  7. Talão: prende o pneu firmemente à roda e evita a passagem de ar entre ambos, mantendo o equipamento pressurizado.
  8. Reforço de talão: fortalece a área do talão, permitindo a extensão da vida útil da carcaça e aumentando a recapabilidade do pneu.
  9. Liner: Borracha impermeável no interior dos pneus sem câmara, que tem a função de reter o ar dentro do pneu, evitando a sua despressurização.

Banda de rodagem

Dispositivo de defesa contra pedra

Fonte: Dunlop

Os pneus de carga Dunlop — aplicações Regional/Rodoviária, Urbana e para uso misto (terra/asfalto) — são produzidos pelo sistema TAIYO (Sun) System, sem emendas nas partes de borracha, e ainda contam com a tecnologia Advanced Footprint Control, que permite avaliar com maior precisão a pressão e o formato da área de contato do pneu com o solo em todas as fases de sua vida útil, o que resulta em pneus com menor desgaste irregular e maior durabilidade.

O pneu SP320, com aplicação regional/rodoviária, foi desenvolvido não só para ter uma primeira vida útil mais longa, mas também com maior número de recapagens. Além disso, sua banda de rodagem tem camada dupla, carcaça mais robusta e talão reforçado

O modelo SP571, para aplicação mista (estradas de terra, lamas, pedras e asfalto) possui protetores de sulcos e composto especial reduzem picotamentos, cortes e arrancamentos de banca de rodagem, garantindo maior vida útil da carcaça nas situações mais severas.

4 dicas para aumentar a vida útil dos pneus de caminhões

  1. Evite freadas bruscas e manobras arriscadas: prever com antecedência se existe alguma parada à frente ajuda a evitar uma desaceleração repentina do caminhão, prolongando a vida útil dos pneus e componentes do veículo e garantindo a segurança de todos.
  2. Cuidado com a sobrecarga e o excesso de velocidade: siga as indicações do fabricante do veículo e a legislação vigente, respeitando a carga máxima suportada por todo o conjunto. O peso além do permitido para a configuração do veículo pode ser responsável por muitos acidentes.
  3. Faça o rodízio de pneus: consulte o manual do fabricante sobre a maneira correta de executá-lo. Dependendo do caminhão, existem orientações que são particulares daquele veículo ou aplicação. No entanto, no geral, a recomendação é fazer o rodízio a cada 10 mil km.
  4. Checagem e calibragem correta: no máximo a cada 15 dias e com os pneus ainda frios.

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