A Honda X-ADV tem a proposta de unir a praticidade das scooters com a versatilidade das motos aventureiras. Com um design inusitado, a X-ADV nasceu na Itália e chegou ao Brasil em 2018. A scooter aventureira da Honda, porém, já está em sua segunda geração, que recebeu um motor mais potente, além de novas tecnologias e até painel com conectividade para smartphones.
Importada do Japão, a X-ADV cobra o preço pela sua inventividade. O modelo 2024, avaliado, chegou às lojas, em julho, por R$ 91.780 – valor elevado para uma scooter de 750 cc. Rodamos na cidade, em rodovias e até estradas de terra para conferir se a X-ADV faz jus à alcunha de ser uma scooter aventureira.
Além da “cara” de scooter, com plataforma de apoio para os pés, parabrisa e compartimento de 22 litros sob o assento, a X-ADV tem câmbio automático. Mas não o simples CVT da maioria das scooters. O modelo usa o câmbio de dupla embreagem (DCT), exclusivo da Honda. Derivado de carros superesportivos, tem a mesma mecânica dos câmbios convencionais, mas conta com a eletrônica para fazer trocas automatizadas entre as seis marchas.
Na hora de dar partida no motor, uma prática smart key (chave inteligente) facilita a tarefa de acordar o bicilíndrico de 745 cm³ com arrefecimento líquido que produz 58,6 cv de potência máxima a 6.750 rpm e 7,03 mkgf de torque já a 4.750 giros. Desempenho de sobra para rodar na cidade e suficiente para manter 120 km/h com folga nas rodovias.
Tudo isso com a facilidade do câmbio automatizado, mas que também oferece a possibilidade de trocar as marchas manualmente por meio de botões no punho. No caso de uma redução, por exemplo, bastava apertar o botão para ir da sexta à quinta marcha e fazer uma ultrapassagem com tranquilidade.
A nova geração também ganhou acelerador eletrônico, que permitiu a adoção de quatro modos de pilotagem predefinidos e um personalizável. No mais esportivo, o Sport, a resposta ao acelerador fica mais instantânea e as trocas do câmbio DCT são feitas em giros mais altos, “esticando” as marchas. Ideal para acelerar na estrada. Os modos ainda alteram o nível de intervenção do controle de tração.
Depois de quase 300 quilômetros de asfalto, era hora de encarar estradas de terra para conhecer a região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Selecionei o modo “Gravel” (cascalho), o indicado nessas situações. Com menos controle de tração e respostas mais suaves no acelerador, a Honda X-ADV se sente à vontade em vias não pavimentadas também.
Afinal, o modelo usa rodas raiadas, com pneus de uso misto sem câmara para garantir aderência. Aliadas ao conjunto de suspensão com bom curso, que tem garfo telescópico invertido, na dianteira, e monoamortecedor, na traseira, a X-ADV encara com valentia uma estradinha de chão batido.
O piloto senta-se confortavelmente, com os pés na plataforma, como em uma scooter, mas tem um largo guidão para desviar de obstáculos a sua frente. Vale ressaltar que, para pilotar em pé, como nas motos aventureiras, é preciso instalar pedaleiras adicionais, vendidas como acessório. Nessa avaliação, mostraram que valem o investimento se a sua intenção é se aventurar por “maus caminhos”.
Mais aventureira do que aparenta, a Honda X-ADV tem comportamento quase de uma moto bigtrail, mas com conforto e praticidade de uma scooter. Apesar do preço salgado, pode ser uma boa opção para quem quer ter apenas uma moto na garagem. Em vez de uma scooter para a cidade e uma moto para viajar, a polivalente X-ADV cumpre bem as duas funções.