De cada dez negócios fechados pela Renault no Reino Unido, em média, quatro são feitos por meio da modalidade de assinatura, que leva o nome de Mobilize Share. A estimativa é de Bruno Hohmann, vice-presidente comercial da Renault do Brasil. O executivo informa que, em mercados mais “maduros”, como o europeu, o modelo tem tido boa aceitação, motivo que o deixa otimista para o segmento também no Brasil, em que a opção ainda é uma novidade.
Por aqui, a maior parte das fabricantes ingressou nesse novo modelo de negócios há cerca de um ano. “Trabalhei na Holanda em 2017 e 2018, e foi bacana porque participei do lançamento (do programa) lá”, informa Hohmann. Além da Holanda, ele diz que a Renault explora a modalidade também em outros países europeus, entre os quais França, Itália e Inglaterra. “No Reino Unido, ela bate em 40% de participação, e, na Holanda, não está muito longe disso”, afirma.
Embora o programa da empresa, denominado Renault On Demand, tenha estreado no início de 2021, o executivo diz que o projeto estava sendo desenvolvido desde o ano passado, em uma fase piloto.
De acordo com ele, uma das conclusões era a de que o cliente queria que tudo fosse feito no ambiente digital. “O processo online é feito em 70% dos casos. O cliente vai à loja só para receber o carro”, diz. Por isso, Hohmann diz que o programa deveria ser lançado com um bom aplicativo e um bom site. “Tudo precisa ser muito fluido”, completa. Segundo ele, é fundamental que o processo seja rápido. “O cliente quer comodidade”, resume.
O executivo afirma que, no site, o interessado “não leva nem 15 minutos para ter o contrato assinado”. E ainda pode optar por receber o veículo em casa, com os acessórios que desejar. Como uma das vantagens do processo, ele cita o fato de o programa não depender de aprovação de crédito, como no caso de um financiamento convencional.
De acordo com Hohmann, logo no primeiro mês, a Renault celebrou cerca de 1 mil contratos, o que correspondeu a quase 8% dos 13 mil veículos vendidos no mesmo período. Segundo ele, “o ritmo só não se manteve por causa da crise de componentes”. Como resultado da falta de peças, a modalidade ficou em uma espécie de “stand-by”, à espera da retomada do setor e da disponibilidade de carros, “para que possa seguir em voo ascendente”. Ao atingir a marca de 1.500 contratos fechados, em abril, Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil, disse, na época, que a empresa estava conquistando um público mais jovem, em relação ao cliente que compra o veículo por meio de financiamento, além do segmento de pequenas empresas. O modelo mais negociado é o Kwid, que também é o mais vendido da empresa. Além do subcompacto, a marca oferece o Duster e o Stepway.
Quando a indústria voltar à normalidade de produção, a modalidade deve passar a oferecer outros modelos, caso do elétrico Zoe e, possivelmente, também, do Captur. Em entrevista exclusiva ao caderno Mobilidade, publicada na semana passada, Clotilde Delbos, CEO da Mobilize, unidade voltada à mobilidade da Renault, disse que o Kwid elétrico (a ser vendido no Brasil a partir do ano que vem) pode ser uma boa opção para assinatura.
No Reino Unido, a modalidade tem 40% de participação