Primeira moto elétrica da Ducati tem 150 cv e chega a 275 km/h; conheça

Modelo, batizado de V21L, pesa 225 kg, dos quais 110 kg são apenas de bateria. Fotos: Divulgação/Ducati

04/07/2022 - Tempo de leitura: 4 minutos, 50 segundos

Depois de muito mistério, a Ducati revelou os detalhes técnicos de sua primeira moto elétrica. Batizada de V21L, trata-se de uma moto superesportiva de 150 cv de potência máxima, capaz de atingir 275 km/h de velocidade máxima.

A moto elétrica da Ducati já havia aparecido em imagens e vídeos, mas até então a fábrica italiana ainda guardava segredo das especificações técnicas do modelo. Nesta semana, a Ducati divulgou mais dados sobre a versão final da V21L, que será utilizada pelos pilotos da Copa do Mundo de motos elétricas, a MotoE, a partir de 2023.

Moto elétrica da Ducati leva 45 minutos para ter 80% da bateria carregada

Apesar de ser um protótipo, ou seja, não vai ser produzido em série, apenas para a MotoE, o projeto tem relevância estratégica para a Ducati, pois permite desenvolver conhecimentos para o futuro, mantendo a abordagem que sempre alimentou o DNA do fabricante sediado em Bolonha: experimentar soluções tecnológicas no mundo das corridas e trabalhar para garantir que tudo o que é desenvolvido nesta área pode ser transferido para motocicletas de rua em todo o mundo, afirma a Ducati.

“O mundo está passando por um período complexo e a sustentabilidade ambiental é um elemento que todos os indivíduos e todas as empresas devem considerar prioritário se quisermos preservar o delicado equilíbrio do planeta. Como Ducati, apreendemos essa necessidade e fomos em busca de um desafio que nos permitisse contribuir para o objetivo comum de reduzir as emissões de CO₂ e, ao mesmo tempo, mantendo a fé no nosso DNA ligado ao motociclismo, concordamos em desenvolver a moto elétrica de pista de maior desempenho que a tecnologia atual torna possível e usar este projeto como um laboratório para construir nosso futuro”, afirmou Claudio Domenicali, CEO da Ducati.

Como é a Ducati elétrica

Para produzir o protótipo da MotoE, a fabricante italiana uniu os designers da Ducati e da Ducati Corse, divisão de competições da marca. A criação seguiu o procedimento adotado para motos de produção, com uma estreita colaboração entre os membros da equipe que levou a novas formas de pensar e projetar, incentivadas por um projeto tão tecnologicamente desafiador.

O resultado até o momento parece satisfatório: a Ducati MotoE tem um peso total de 225 kg (12 kg a menos que os requisitos mínimos impostos pela Dorna e FIM para uma moto capaz de completar a distância da corrida) e pode contar com valores máximos de potência e torque de 110 kW (150 cv) e 140 Nm respectivamente, o que lhe permitiu atingir uma velocidade de 275 km/h em um circuito como Mugello (Itália).

A mistura de experiência, paixão e trabalho da equipe Ducati MotoE levou ao nascimento de uma motocicleta elétrica com soluções técnicas únicas. A começar pela bateria, o elemento mais complicado em termos de massas e dimensões, que na Ducati MotoE se caracteriza por uma forma especificamente desenhada para seguir o curso natural da zona central da moto. A bateria pesa 110 kg e oferece uma capacidade de 18 kWh com uma tomada de carregamento de 20 kW integrada na traseira.

O inversor, com apenas 5 kg, é uma unidade derivada de um modelo de alto desempenho usado em competições de veículos elétricos, enquanto o motor (peso de 21 kg e velocidade máxima de rotação de 18.000 rpm) foi desenvolvido por um parceiro seguindo as especificações técnicas fornecidas pela Ducati. Todo o sistema é baseado em uma tensão de 800V (com uma bateria totalmente carregada) para maximizar a potência do trem de força elétrico e, como consequência, o desempenho e a autonomia.

Painel
Suspensão Öhlins
Posição esportiva

Uma das soluções técnicas mais avançadas testadas na primeira moto elétrica da Ducati é o sistema de arrefecimento. Os componentes são resfriados por um sistema líquido sofisticado e eficiente com um circuito duplo projetado para atender às diferentes necessidades térmicas da bateria e da unidade motor/inversor. Isso garante extrema regularidade de temperaturas com benefícios importantes em termos de consistência de desempenho, mas também em tempos de carregamento.

Na verdade, não é necessário esperar que a bateria esfrie para iniciar o processo: a Ducati MotoE pode ser carregada assim que entra na garagem e leva cerca de 45 minutos para recarregá-la até 80% de sua autonomia.

Próximo passo será uma moto de rua

O fato de a Ducati pertencer ao Grupo Volkswagen, que fez da mobilidade elétrica um elemento essencial de sua estratégia “New Auto” 2030, representa o melhor pré-requisito para uma extraordinária troca de conhecimentos no campo das motorizações elétricas. A Ducati está em contato próximo com os centros de especialização do Grupo e com o Centro de Excelência (CoE) em Salzgitter na Alemanha, mas também com outras marcas do Grupo, como Porsche e Lamborghini.

O plano de trabalho do projeto Ducati MotoE já atingiu um estágio avançado de desenvolvimento e está em ritmo acelerado para 2023, quando a Ducati será fornecedora exclusiva da Copa do Mundo FIM MotoE com 18 motocicletas elétricas na pista todo fim de semana.

O próximo objetivo da fabricante de Bolonha é aproveitar a participação na competição mais importante do mundo para motos elétricas para experimentar tecnologias inovadoras, treinar novas habilidades e estudar como criar, assim que a tecnologia permitir, uma moto elétrica da Ducati que seja esportiva, leve, emocionante e capaz de satisfazer os entusiastas da marca, finalizou a empresa em seu comunicado à imprensa.