Receber delivery com drones? Em Curitiba isso pode se tornar realidade

Legislação da cidade permite testes com essas aeronaves e ajudará a desenvolver a tecnologia. Foto: Adobe Stock

Há 7 dias - Tempo de leitura: 2 minutos, 39 segundos

Em um evento simbólico, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), recebeu, em 27 de novembro, a primeira entrega feita por drones na cidade. O delivery aconteceu no Parque Tanguá, ponto turístico do município, e marcou o início da parceria entre a Prefeitura e a Atech, empresa do Grupo Embraer que planeja, em 2025, usar a cidade como laboratório para entregas com drones.

A Atech é uma empresa que desenvolve sistemas para controle de voo. A companhia planeja criar um sistema que monitore drones fazendo entregas e o ambiente ao redor deles, evitando acidentes. Para isso, ela testará as aeronaves em áreas urbanas de Curitiba.

A tecnologia será usada em áreas com edifícios, fiação elétrica, árvores e diversos outros elementos que podem ser desafiadores para o voo. Sendo assim, a empresa coletará dados que tornarão a operação possível em outros locais

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Vou receber meu delivery com drones em Curitiba em 2025?

As entregas com drones ainda não são regulamentadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Por isso, o que aconteceu em Curitiba são apenas testes com o intuito de obter dados para criar uma regulamentação e permitir que a atividade seja viável.

“Estamos desenvolvendo sistemas para os drones circularem em grandes áreas e para os diferentes tipos de entregas, desde um remédio de uma Unidade de Saúde para um hospital, até a entrega de uma roupa, da loja para a casa do cliente”, conta João Batista Oliveira Xavier, assessor estratégico da Atech.

O acordo entre a prefeitura e a Atech é válido por um ano e envolverá drones BVLOS (sigla para Beyond Visual Line of Sight). As aeronaves deste modelo voam além do campo de visão do piloto e, por isso, precisam ser controladas à distância.

Durante o ano de 2025, o foco será testar e criar metodologias para que entregas com essas aeronaves sejam viáveis em outras cidades. “A prioridade é evitar riscos, garantir segurança e constância nas entregas, por isso precisamos avançar nos testes. É justamente esse tipo de voo, urbano, sobre casas e edificações, que vai dar escalabilidade ao delivery por drone”, explica Agenir de Carvalho Dias, gerente de Negócios da Atech.

Por que Curitiba foi escolhida?

A parceria entre a Prefeitura de Curitiba e a Atech foi possível graças ao Sandbox Regulatório de Curitiba. A Lei Municipal 16.344/2024 permite o teste de inovações no município de forma experimental e temporária. Sendo assim, não é necessário obter as licenças e alvarás.

Ao mesmo tempo, a capital paranaense também mostrou ter o ambiente ideal para desenvolver a tecnologia. A cidade, com clima chuvoso, colocará os drones à prova e ajudará a desenvolver técnicas para que as entregas ocorram em qualquer condição climática.

Por fim, soma-se o fato de que Curitiba é responsável pelo controle e gerenciamento do espaço aéreo da Região Sul. De acordo com a Prefeitura, a proximidade facilita o contato com órgãos normativos da atividade.