A corrida para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera levou o governo do Estado de São Paulo a anunciar uma novidade no transporte fluvial: a balsa elétrica. O novo transporte deve começar a operar em 2026 em 14 travessias hídricas do Estado.
Leia também: Travessia entre São Sebastião e Ilhabela ganha balsa reformada
Conforme divulgado pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), 44 balsas movidas a propulsão elétrica substituirão as atuais embarcações movidas a diesel. Além disso, em locais onde a infraestrutura permite conversão para propulsão elétrica, quatro novos conjuntos de balsas empurradoras passarão a fazer parte da frota.
Segundo o presidente da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), Edgard Benozatti, as 48 novas embarcações devem entrar em operação no sexto ano de contrato de uma parceria público-privada (PPP). Entretanto, ainda em 2026, a iniciativa privada deve assumir os serviços, informou o governo Estadual.
Como resultado, os investimentos previstos no projeto ultrapassam R$ 1 bilhão, utilizados na construção de novos terminais de passageiros, aquisição de novas embarcações, novos flutuantes e ampliação de flutuantes existentes.
A novidade foi anunciada após uma série de audiências públicas para a concessão do sistema de transporte hídrico. De acordo com o governo, a publicação do edital está prevista para o primeiro semestre de 2025. Já o leilão e assinatura do contrato devem ocorrer na segunda metade do ano. Portanto, a duração do contrato deve ser de 20 anos.
Conforme o PPI, o sistema de travessias hídricas no Estado de São Paulo atende 11 milhões de passageiros e 10 milhões de veículos todos os anos.
Litoral Norte: São Sebastião-Ilhabela;
Litoral Centro: Santos-Vicente Carvalho, Santos-Guarujá, Bertioga-Guarujá;
Região Metropolitana de São Paulo: Bororé-Grajaú, Taquecetuba-Bororé e João Basso-Taquecetuba;
Litoral Sul: Cananéia-Continente, Cananéia-Ilha Comprida, Cananéia-Ariri, Iguape-Juréia; e
Paraibuna: Porto Paraitinga, Porto Natividade da Serra e Porto Varginha.
De acordo com o PPI, a mudança das balsas movidas a diesel para a propulsão elétrica está calcada na necessidade de modernização do sistema. Para isso, as balsas precisam ser ampliadas e as emissões de gases de efeito estufa, como o gás carbônico, precisam ser neutralizadas.
Bezonatti, presidente da CPP, reforça que as melhorias já começam no primeiro ano de concessão. “Teremos um salto no paradigma de qualidade com a substituição por motorização elétrica, estamos falando de potencial redução de 18 mil toneladas de gás carbônico por ano, se considerarmos apenas as travessias litorâneas”, diz ele.
Leia também: Túnel submarino mais profundo do mundo vai custar R$ 12 bi; saiba onde fica