Em oito meses, empresa desenvolveu o projeto e colocou primeiro protótipo para rodar. Foto: Divulgação/MRS
Apesar de ser uma tecnologia que retoma o período dos anos 1800 no Brasil, as ferrovias e locomotivas seguem em pleno desenvolvimento e inovação. Atualmente, os trens no País são diesel-elétricos, mas há empresas com abordagens ainda mais sustentáveis. Em 2023, a MRS lançou um projeto desenvolvido dentro da companhia: painéis solares em locomotivas híbridas para garantir o funcionamento das baterias.
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A empresa já colocou em funcionamento 11 locomotivas com painéis solares, mas até o fim de 2025, 20 devem estar em operação. Por enquanto, o projeto funciona na frota de serviço interno que realiza a manutenção da via permanente em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Após oito meses de estudos e testes, a MRS enfim colocou os primeiros protótipos na malha ferroviária da empresa. O processo levou a equipe técnica a se especializar em placas elétricas e buscar um fornecedor com conversores específicos.
Para entender as vantagens de instalar painéis solares nas locomotivas diesel-elétricas, é necessário compreender como se realiza a manutenção dessas baterias. A locomotiva funciona em um sistema híbrido, movido a combustão do diesel e energia proveniente das baterias.
“O diesel é usado como combustível de um motor de combustão interna de grande porte associado a um gerador elétrico”, explica a MRS. Entretanto, há desafios nos períodos de inatividade das locomotivas. Isso porque as equipes precisam se deslocar até os trens a cada 72 horas para carregar a bateria com diesel.
“Com a instalação das placas solares, as baterias são mantidas carregadas automaticamente mesmo durante os períodos de inatividade”, conforme a empresa. Dessa forma, os trens passaram a trabalhar com eficiência máxima. Portanto, não é mais necessário deslocar uma equipe para fazer o trabalho.
“As placas solares geram energia suficiente para manter 90% da carga das baterias enquanto a locomotiva está desligada, garantindo que ela esteja sempre pronta para uso”, conta Cássio Eduardo, especialista ferroviário da Gerência Geral de Manutenção de Locos e responsável pelo projeto.
Atualmente, a MRS é uma das maiores operadoras logísticas do Brasil, com 1,643 km de malha ferroviária. A região administrada pela companhia transporta grande parte das commodities da região sudeste do País.
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