Uma passagem de voo de eVTOL (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical) poderá custar um terço do valor que seria pago na mesma viagem em um helicóptero. É o que afirma Rogério Andrade, CEO da Avantto, empresa de compartilhamento de jatos e helicópteros.
No entanto, o mercado de mobilidade aérea avançada no Brasil ainda tem que realizar uma série esforços para chegar nesse nível. A previsão é que essas aeronaves possam voar no País em três anos.
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De acordo com Andrade, uma viagem de 30 km de eVTOL teria o custo de 100 dólares (cerca de R$ 516,00) por passageiro. Atualmente, o mesmo trajeto de helicóptero representa um gasto de 300 dólares (por volta de R$1.550).
O executivo argumenta que, no futuro, quando o mercado de eVTOL estiver consolidado, o valor das passagens poderá cair ainda mais e chegar a 50 dólares. Esse cenário também se baseia no avanço previsto para tecnologia das baterias dessas naves, o que baratearia o custo de operação.
No entanto, esses valores dependeriam de uma utilização massiva desse modal de transporte: “12 horas por dia, o que é muito difícil”, afirma Sérgio Quito, presidente do conselho de segurança e operações de voo da Gol.
Quando questionado sobre como manter a operação de eVTOLs sustentável, Quito afirma que atualmente as baterias dos carros voadores podem transportar até 550 kg. No entanto, a previsão é que essas suportem 660 kg em 2029 e 770 kg em 2032.
Sendo assim, “isso diminui os custos e permite que entreguemos uma passagem mais em conta”. O empresário argumenta que a meta é que “a maior faixa possível da sociedade tenha acessibilidade a esse transporte”.
Ao mesmo tempo, Rogério Andrade fornece ainda outras soluções para baratear a viagem de eVTOL: “Precisamos de mais lugares disponíveis, o que significa que o piloto deve sair da cabine e ir para uma sala de comando”.
Além do controle a distância, Andrade defende que os usuários devem considerar “aceitar compartilhar o veículo com outra pessoa”.
Dário Lopes, CEO da Aeroportos Paulistas, prevê que uma maneira de iniciar o serviço de eVTOLs no Brasil seria estabelecer parcerias com órgãos estaduais e federais. “O custo menor quando comparado com helicópteros coloca os eVTOLs na agenda do poder público”, ele afirma.
De acordo com o empresário: “em São Paulo já estamos conversando com o SAMU para usar a estrutura de heliporto para eVTOLs”. No entanto, vale diversos desafios, como a dificuldade de levar a carga elétrica necessária ao topo de um prédio, freiam a instalação de vertiportos em edifícios.
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Dan Sloat, fundador e presidente do Advanced Air Mobility Institute, concorda com a visão de Dário Lopes. Segundo o especialista “um eVTOL poderia operar com um sexto dos recursos que um helicóptero usa em resgates e emergências médicas”, o que poderia gerar interesse de Governos.