Carro voador. Voar de eVTOL será mais barato do que em helicóptero

No futuro, passagens de eVTOL podem custar até um sexto do valor pago em viagens de helicóptero atualmente. Foto: Divulgação/Lyte
Fellipe Gualberto, especial para o Mobilidade
27/05/2024 - Tempo de leitura: 2 minutos, 46 segundos

Uma passagem de voo de eVTOL (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical) poderá custar um terço do valor que seria pago na mesma viagem em um helicóptero. É o que afirma Rogério Andrade, CEO da Avantto, empresa de compartilhamento de jatos e helicópteros.

No entanto, o mercado de mobilidade aérea avançada no Brasil ainda tem que realizar uma série esforços para chegar nesse nível. A previsão é que essas aeronaves possam voar no País em três anos.

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De acordo com Andrade, uma viagem de 30 km de eVTOL teria o custo de 100 dólares (cerca de R$ 516,00) por passageiro. Atualmente, o mesmo trajeto de helicóptero representa um gasto de 300 dólares (por volta de R$1.550).

O executivo argumenta que, no futuro, quando o mercado de eVTOL estiver consolidado, o valor das passagens poderá cair ainda mais e chegar a 50 dólares. Esse cenário também se baseia no avanço previsto para tecnologia das baterias dessas naves, o que baratearia o custo de operação.

No entanto, esses valores dependeriam de uma utilização massiva desse modal de transporte: “12 horas por dia, o que é muito difícil”, afirma Sérgio Quito, presidente do conselho de segurança e operações de voo da Gol.

Como baratear operações futuras de eVTOL?

Quando questionado sobre como manter a operação de eVTOLs sustentável, Quito afirma que atualmente as baterias dos carros voadores podem transportar até 550 kg. No entanto, a previsão é que essas suportem 660 kg em 2029 e 770 kg em 2032.

Sendo assim, “isso diminui os custos e permite que entreguemos uma passagem mais em conta”. O empresário argumenta que a meta é que “a maior faixa possível da sociedade tenha acessibilidade a esse transporte”.

Ao mesmo tempo, Rogério Andrade fornece ainda outras soluções para baratear a viagem de eVTOL: “Precisamos de mais lugares disponíveis, o que significa que o piloto deve sair da cabine e ir para uma sala de comando”.

Além do controle a distância, Andrade defende que os usuários devem considerar “aceitar compartilhar o veículo com outra pessoa”.

Começo em parceria com o Estado

Dário Lopes, CEO da Aeroportos Paulistas, prevê que uma maneira de iniciar o serviço de eVTOLs no Brasil seria estabelecer parcerias com órgãos estaduais e federais. “O custo menor quando comparado com helicópteros coloca os eVTOLs na agenda do poder público”, ele afirma.

De acordo com o empresário: “em São Paulo já estamos conversando com o SAMU para usar a estrutura de heliporto para eVTOLs”. No entanto, vale diversos desafios, como a dificuldade de levar a carga elétrica necessária ao topo de um prédio, freiam a instalação de vertiportos em edifícios.

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Dan Sloat, fundador e presidente do Advanced Air Mobility Institute, concorda com a visão de Dário Lopes. Segundo o especialista “um eVTOL poderia operar com um sexto dos recursos que um helicóptero usa em resgates e emergências médicas”, o que poderia gerar interesse de Governos.