Modelo de entrada da linha de scooters da Yamaha, a Fluo 125 sempre se destacou pela completa lista de equipamentos de série: chave de presença, sistema Start & Stop e freio ABS na roda dianteira. No modelo 2026, a Fluo manteve suas qualidades, mas teve seu design atualizado, ganhou painel com conectividade e também recebeu um motor elétrico auxiliar. Com isso, tornou-se a primeira scooter híbrida à venda no Brasil.
Trata-se de uma inovação simples, porém genial. A Yamaha uniu o motor de partida ao estator e criou um “motor gerador inteligente”. Chamado de Smart Motor Generator (SMG), o motor elétrico é o responsável por partidas mais silenciosas e também pelo sistema Start & Stop, que desliga o motor a combustão em paradas mais longas e volta a ligá-lo quando o motociclista gira o acelerador.
A grande sacada é que o SMG também funciona como um motor elétrico e dá uma assistência ao motor a combustão, quando você acelera depois de uma parada. A “ajuda” do motor elétrico dura cerca de três segundos e faz com que a Yamaha Fluo 125 tenha uma resposta mais rápida do que outras scooters com a mesma capacidade cúbica.
Pode parecer pouco, mas, na prática, sente-se a diferença. A Fluo 125 parece arrancar mais rápido do que outras motos no semáforo e também enfrenta as ladeiras do bairro da Aclimação, no centro de São Paulo, com mais disposição.
A ajuda do motor elétrico dura pouco, mas é muito bem vinda, pois o motor de 125cc arrefecido a ar perdeu potência e torque em função das leis de emissão de poluentes, o tal Promot 5. Afinal, a Yamaha Fluo 125 Hybrid 2026 produz apenas 8,3 cv de potência máxima a 7.000 rpm e somente 1,0 m.kgf de torque a 5.000 giros. Com números de desempenho modestos, qualquer auxílio é bem vindo.
Isso sem falar em outros benefícios, como a redução na emissão de gases e a economia de combustível. Graças tanto ao motor elétrico auxiliar quanto ao sistema Start& Stop. De acordo com a Yamaha, a economia de combustível gira em torno de 12%. Como não havia medido o consumo da Yamaha Fluo anterior, ou seja, sem o sistema híbrido, fica difícil de comparar. Entretanto, fiz 43,7 km/litro de gasolina. Um bom número, considerando o uso predominantemente urbano em meio ao trânsito engarrafado da capital paulista.
Além de “esperta” nas arrancadas, a Yamaha Fluo 125 se mostrou bastante ágil e fácil de pilotar. Afinal, a scooter pesa apenas 104 kg e tem câmbio automático do tipo CVT. Com assento baixo (a 78 cm do solo), facilita a vida dos baixinhos e iniciantes na hora de montar na moto. Porém a plataforma onde se apoia os pés é pequena e condutores mais altos podem se sentir “apertados” para pilotar a Fluo. Eu, que meço 1,71 m e calço 41, achei o espaço pequeno para os pés.
Equipada com rodas de 12 polegadas na frente e atrás, a Fluo também usa pneus mais largos do que outras scooters: 100/90, na dianteira; e 110/90, na traseira. Mesmo com os pneus balão, o modelo contorna curvas com muita facilidade e faz mudanças de direção com bastante agilidade. Características bem-vindas em um veículo feito para “driblar” o trânsito dos grandes centros.
As rodas aro 12 ainda exigem cautela nos buracos, valetas e lombadas das nossas mal cuidadas vias, mas a suspensão dianteira, com garfo telescópico convencional e 90 mm de curso, até que absorve bem as imperfeições do piso.
Já a suspensão traseira com um único amortecedor e apenas 80 mm de curso se mostrou firme demais. Com frequência, chegava ao fim de curso, dando pancadas nas costas do condutor e causando certo desconforto. Contudo, vale ressaltar que esse é um problema comum das scooter menores – ou, talvez, seja um problema do nosso asfalto ruim.
Mas quando o assunto são os freios, a scooter de entrada da Yamaha se destaca. Embora tenha freio a tambor na traseira, que contrasta com a modernidade do sistema híbrido, a Fluo 125 usa freio a disco na roda dianteira com ABS. O freio se mostrou bastante eficiente e seguro até mesmo em frenagens emergenciais, aliás, uma situação comum no trânsito paulistano.
Além da facilidade de pilotagem e da economia de combustível, as scooters também atraem pela praticidade. Nesse quesito, a Yamaha Fluo também se sai bem. A começar pela chave de presença, uma facilidade que me acostumei rapidamente, pois minha scooter de uso diário não tem Smart Key. Com a chave no bolso, libera-se o botão da ignição, seja para ligar a Fluo ou para abrir o bocal do tanque e o compartimento sob o assento.
Sob o banco o espaço não parece ser grande, mas tem capacidade para 25 litros. Volume suficiente para guardar um capacete fechado (de cabeça para baixo), uma mochila ou até pequenas compras. O bocal do tanque localizado à esquerda no escudo frontal é outro ponto positivo da Fluo. Dessa forma, não é preciso abrir o banco para abastecer os 4,2 litros.
O painel também mudou. Bastante simples, porém completo e até com relógio oferece conectividade ao aplicativo Yamaha Y-Connect. O app traz informações sobre a scooter, alerta sobre a hora de fazer as manutenções, além de mostrar a última localização da Fluo.
A Yamaha Fluo já se posicionava como uma das scooters de entrada mais completas do mercado. Com a adição do sistema híbrido e da conectividade, também ficou mais moderna e econômica.
Vendida em quatro opções de cores – azul, branca, preta e vermelha -, a Yamaha Fluo 125 tem preço público sugerido de R$ 16.690. O valor é superior a sua concorrente da Honda, a Elite 125, com preço de R$ 13.880. Entretanto, a Fluo traz freio ABS, na dianteira; chave de presença e o sistema híbrido como diferenciais. Quatro anos de garantia e revisões com preço fixo também fazem parte do pacote da Yamaha. Embora seja mais cara, a scooter de entrada da Yamaha é, contudo, mais completa.