A Bajaj chegou oficialmente ao mercado brasileiro no final de 2022 de forma tímida. Apesar de ter aberto a subsidiária Bajaj do Brasil, a gigante indiana, terceira maior fabricante de motos da Índia e a quinta do mundo, inaugurou apenas cinco concessionárias na região Sudeste e tinha uma parceira para montar suas motos em Manaus (AM). À época, a projeção de vendas mensais da marca era de 400 unidades.
Cerca de dois anos e meio depois de sua estreia, a Bajaj já ocupa a sétima posição entre as marcas de motos mais vendidas no País. Em junho de 2024, inaugurou sua primeira unidade fabril fora da Índia, no Polo Industrial de Manaus (AM). Recentemente, abriu uma loja no Estado do Amapá, a 45ª concessionária, hoje, já espalhadas em todas as regiões do País.
“A sensação é que marca foi muito bem aceita e a velocidade com que as coisas estão acontecendo é muito boa e vemos espaço para crescer. A matriz está bem satisfeita com esses dois anos e meio do início da operação”, afirmou o diretor geral da Bajaj do Brasil, Waldyr Ferreira.
O próximo passo para continuar crescendo é a ampliação da capacidade produtiva de sua planta na capital amazonense, revela Ferreira. A informação já havia surgido no relatório que a Bajaj Auto apresentou, recentemente, aos investidores, na Índia e agora foi confirmada, oficialmente, ao MotoMotor.
Afinal, em abril, a marca bateu recorde de produção e emplacamentos no Brasil: 2.502 motos produzidas e 2.084 unidades emplacadas no mês. Desde o início de sua operação no País, já entregou mais de 26 mil unidades em 19 meses.
Além disso, a Bajaj acabou de apresentar sua moto de entrada de 150cc, com preço bastante competitivo. Voltada aos motociclistas profissionais e entrantes, a Pulsar N150 custa R$ 16.300 e deve vender cerca de 600 motos mês. “Por enquanto, é esse o número que estamos trabalhando, até porque temos limitação de produção em nossa fábrica em função da legislação”, explicou o diretor-geral da gigante indiana no País.
Embora a unidade fabril da Bajaj em Manaus tenha sido inaugurada há apenas um ano, em 24 de junho de 2024, foi projetada para produzir 20 mil motos/ano no sistema Completely Knocked Down (CKD). No sistema as motos vêm completamente desmontadas e a montagem acontece em Manaus (AM).
Essa capacidade leva em conta, principalmente, a quantidade de chassis importados prontos. Portanto, para produzir mais a empresa indiana terá de dobrar a quantidade de processos produtivos feitos localmente.
“De fato, agora a gente já tá planejando a expansão da fábrica, pois para crescer, qualquer percentual que seja, você precisa fazer a solda e a pintura do chassi localmente”, explicou Ferreira. Com o aumento da produção local, a fábrica poderá produzir até 50 mil motos/ano sob as novas regras.
De acordo com o executivo, o atual momento da indústria de motos, de certa forma, retarda o processo. “É um grande desafio nesse atual momento com a indústria aquecida, desenvolver fornecedor com novas marcas chegando. E a base de fornecedores acaba sendo comum até mesmo com as marcas que já atuam há tempos no mercado. Então isso acaba levando muito tempo”, disse.
A ampliação da capacidade produtiva da fábrica da Bajaj em Manaus deve acontecer o mais rápido possível e deve vir acompanhada de novidades. “É um conjunto de fatores que têm que caminhar juntos: estrutura física, equipamentos, contratação de pessoal, treinamento, enfim… Mas estamos trabalhando em todas as frentes para o mais rápido possível apresentar novidades para o consumidor brasileiro”.
A novidade deve ser mais uma moto de 400cc, segmento onde a marca faz grande sucesso. Das 26 mil motos vendidas, cerca de 50% são da Dominar 400. Com objetivo de disputar a preferência de outros consumidores nessa faixa de cilindrada, a Bajaj deve lançar a Pulsar NS400 no País.