Carro por assinatura_Foto: Adobe Stock
O conceito de carro por assinatura, modalidadeque começou a ser praticada no Brasil a partir de 2017, nasceu da ideia de que, para certos grupos de consumidores, vale mais a pena pagar pelo uso do que pela posse do veículo. De lá para cá o serviço tem crescido, especialmente durante a pandemia da covid-19, quando a elevação foi de 43,75% de acordo com projeções da Associação Brasileira das Locadoras de Veículos (Abla), entidade que representa o setor.
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Em relação ao tamanho da frota, o setor fechou o ano de 2022 com 115 mil veículos. Em 2020, eram 80 mil nesta modalidade de aluguel e em 2023 a frota atingiu 1,57 milhão de automóveis e comerciais leves, entre 8% e 10% da frota total do setor. Para entender as novidades e expectativas desse mercado, conversamos com Paulo Miguel Júnior, vice-presidente da Abla. Confira na entrevista a seguir.
Atualmente há em torno de 22 mil locadoras de veículos no Brasil e cerca de 30% delas oferecem o serviço de carro por assinatura, uma modalidade que surgiu no País em 2016.
Além disso, todas as fabricantes de automóveis também possuem programas de carro por assinatura, como Volkswagen, Stellantis, General Motors e Renault, além de Mitsubishi e Mercedes-Benz. Empresas entrantes no mercado, como GWM e BYD também oferecem a modalidade.
Mas quem negocia a maior parte do volume de veículos por assinatura hoje são as locadoras menores. Fabricar e locar um veículo são coisas muito diferentes e ainda falta uma cultura de locação mais agressiva dentro das montadoras.
Hoje estimamos entre 300 mil e 350 mil veículos disponíveis no mercado por assinatura no Brasil. Mas esse número tem crescido ao longo dos anos. Por exemplo, considerando o período de pandemia da covid-19, entre março e outubro de 2022, conforme as estimativas da ABLA, a frota das locadoras destinada ao atendimento de clientes do carro por assinatura cresceu em 43,75%.
No início de 2020, antes da pandemia da covid-19, eram aproximadamente 80 mil veículos nesta modalidade de aluguel. Já no final de 2021 a frota subiu para aproximadamente 90 mil veículos, finalizando com 115 mil veículos no final de 2022.
Hoje, em torno de 20% a 25% do total da frota das locadoras são de carros por assinatura e, conforme ela aumenta, a participação também se eleva. Esse ano o setor de assinaturas não cresceu tanto por conta da perda do poder de compra da população, e o valor elevado dos carros zero-quilômetro atualmente. E a parcela da assinatura é proporcional ao preço do veículo, então um valor muito elevado faz com que as pessoas não consigam aprovação de crédito para que possam fechar negócio.
O perfil é muito difuso, mas podemos mencionar alguns grandes grupos que optam pelo serviço. Por exemplo, há muita penetração das pessoas que buscam veículos de entrada, além de picapes e SUVs. Outro mercado que se mantém em crescimento é o dos consumidores que buscam carros de luxo, nicho em que há muita oscilação de valores e uma desvalorização muito grande entre o momento da compra e a venda do veículo. Então, esse usuário já vê o carro por assinatura como uma opção à posse.
Os carros por assinatura são, em sua maioria, veículos para uso familiar. Eles fogem da característica de serviço e se destinam ao uso pessoal e de longo prazo para pessoa física.
Fugir do financiamento bancário é um dos motivos de as pessoas optarem pela locação no lugar da compra. A comodidade de não ter que se preocupar anualmente com documentação, taxas, seguro, entre outras burocracias também é valorizada. Isso porque já vem no pacote da locação manutenção, seguro e impostos.
Não ter preocupação com a revenda também é um aspecto valorizado: nesse momento, com carro próprio, se você tenta negociar com uma concessionária, eles colocam o preço muito abaixo do que o veículo vale; se você tenta vender para particular há uma série de preocupações, pois esse é um mercado cheio de fraudes.
Então, o carro por assinatura elimina grande parte das preocupações, além dos gastos com manutenção e seguro, que também estão incluídos. E tem o aspecto financeiro: quando se coloca na ponta do lápis todas as despesas, mais os juros de um eventual financiamento bancário, o valor empata. Cabe ao usuário conservar o carro, pagar multa se eventualmente for autuado e abastecer.
Eles são de 12 a 38 meses, com quilometragem inicial de 500 km a 3 mil km por mês. Os planos predominantes são contratos de 2 ou 3 anos, com quilometragem média de 1 mil km por mês.
Como referência, a média de quilometragem do brasileiro é de 8 mil quilômetros por ano, então esse plano atende, com folga, diversos perfis de uso.
Eles estão, tanto para pessoas físicas como para gestão de frotas. Ainda estamos no primeiro ciclo de utilização dos elétricos no Brasil, mas algumas locadoras já oferecem, principalmente porque é uma demanda dos clientes. Os 100% elétricos estão no portfólio em menor número, sendo que os mais procurados são os híbridos, cujo volume de vendas nas empresas está crescendo.
O mercado de locação em geral é um segmento em evolução nos próximos dez anos, É um segmento ainda muito pequeno, em que há muito espaço para crescimento nos próximos dez anos. Como novidades, temos observado dois movimentos fortes: a Car Sharing, que é algo novo e o mercado de locação de motos, que cresce vertiginosamente para uso em entregas de última milha e todo dia temos novas empresas abrindo dedicadas à locação e motos.