Competitividade logística depende de investimentos em tecnologia

Os investimentos em alta tecnologia nas áreas de transporte e de logística são fundamentais. Foto: iStock

10/10/2019 - Tempo de leitura: 2 minutos, 41 segundos

Especialistas e profissionais do setor de logística são categóricos ao dizerem que para as empresas brasileiras permanecerem competitivas, os investimentos em alta tecnologia nessa área são fundamentais. É o que se classifica hoje como Logística 4.0.

O presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Pedro Francisco Moreira, afirma que a forma como se faz logística hoje deixará de existir em cinco anos. “Não se consegue mais fazer logística de alta performance sem o uso da tecnologia, sem softwares de simulação, gestão de armazéns e pátios, roteirização”, comenta.

Infraestrutura deficitária e problemas nas áreas de transporte e de logística são alguns dos entraves que impedem o Brasil de ter uma maior atuação no comércio internacional, inclusive na relação com os países vizinhos. Essa é uma das conclusões do estudo Desafios para a Integração Logística na América do Sul, realizado em 2016 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

Inovação

É preciso adotar tecnologias digitais que possuem maior convergência com o setor logístico. David Iubel, professor de engenharia e administração da FAE Centro Universitário, cita alguns recursos. Entre eles, o uso de blockchain, que possibilita o registro digital e o compartilhamento seguro de dados sem presença de terceiros.

Há também  robôs autônomos capazes de executar ações sem a intervenção humana. E as etiquetas RFID e IoT, que são sensores, chips ou etiquetas inteligentes que armazenam e enviam dados a algum sistema de gestão. 

São ferramentas que aumentam a velocidade da entrega e garantem qualidade e transparência. E também segurança no compartilhamento das informações. 

“A integração de sistemas de diferentes empresas em um único sistema cyber físico possibilita uma desburocratização do processo. Isso torna a logística muito mais ágil em relação ao tempo”, explica Iubel.

Tecnologia para agilizar o frete

A Loggi, empresa de entregas expressas que conecta fretistas em vans, carros ou motos para fazer o transporte de encomendas, é um exemplo do que o mercado está exigindo. Atualmente, está presente em todas as regiões do País, cobre 35% da população brasileira e 76% do mercado de e-commerce. Em 2019 a empresa atingiu o valor de mercado de US$ 1 bilhão. 

Todo o serviço da Loggi é realizado por meio de uma plataforma formada por aplicativos, site e APIs. Os pacotes são armazenados pelos clientes e processados nos centros de cross docking – um sistema de distribuição sem a parte de armazenagem. Assim, a entrega final ao consumidor é feita a partir do modal mais adequado para cada encomenda.

Todo processo é feito por meio de automação robótica, inteligência artificial e engenharia de software. O objetivo é garantir a integridade, consistência e confiabilidade de operação, além de investimentos contínuos.

“A Loggi montará uma equipe com mais de mil desenvolvedores de tecnologia para ter um time que será referência mundial em inovação, em condições competitivas com os principais centros tecnológicos do mundo”, afirma o vice-presidente de Expansão da Loggi, Ariel Herszenhorn.