Os maiores desafios para os pedestres, de acordo com o estudo, são buracos nas calçadas (68%); irregularidade das calçadas (53%); e calçadas estreitas (47%). Segundo o estudo, 74% dos entrevistados já sofreram ou presenciaram alguma queda nas calçadas.
“Buracos, irregularidade e largura são os principais incômodos. É necessário tornar as calçadas acessíveis”, afirma Leandro Aliseda, membro do CidadeaPé (Associação pela mobilidade a pé em São Paulo).
Se a situação já é complicada para quem não tem restrição de mobilidade, para as PCDs (pessoas com deficiência) e pessoas com mobilidade reduzida. “ As barreiras dificultam a independência, não favorecem a otimização do tempo de deslocamento e limitam a inclusão social”, fala Lina Borges, coordenadora de Terapia Ocupacional da AACD.
Em 2019 o prefeito Bruno Covas assinou um decreto que estabeleceu, entre outras coisas, que novas calçadas na cidade deveriam ter, ao menos, 1,90 m de largura. Sendo que, 1,20 m deverá estar livre para a passagem. Já nos outros 70 cm ficam árvores, rampas de acesso para pessoas com deficiência, poste de iluminação, lixeiras etc. Contudo, grande parte dos atuais trechos não atendem a esse requisito.
Para chamar a atenção para o problema, o Instituto Corrida Amiga realizou, em 2019, a sexta edição da campanha Calçada Cilada. Durante todo o mês de abril, pedestres denunciaram calçadas em situações ruins. Foram apontados 1.571 problemas, em 38 municípios de dez estados brasileiros.
Na cidade de São Paulo, foram listadas 841 calçadas com problemas. Os bairros com maior número de denúncias foram:
O bairro de Pinheiros tem as três vias com as calçadas problemáticas mais citadas pela população que participou da campanha: as ruas João Moura (50), Cristiano Viana (46) e Cardeal Arcoverde (21).
Ciente desse problema, a prefeitura de São Paulo prometeu recuperar 1,5 milhão de metros quadrados de calçadas, o que equivale a 25% do total da cidade, até 2020, com um investimento de R$ 400 milhões.
O Plano Emergencial de Calçadas, lançado no meio do ano, vai priorizar as áreas de maior circulação de pedestres, próximas aos terminais de ônibus e que estejam esburacadas e sem acessibilidade.
Os primeiros bairros a receberem as reformas serão Sé, Pinheiros, Mooca, Vila Mariana e Lapa, mas há previsão de obras nas áreas das 32 subprefeituras da cidade.