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Peugeot voltará a produzir motos em escala mundial

Conceito P2X da Peugeot será base para futuras motocicletas da marca francesa. Foto: Divulgação/Peugeot
Por Emily Nery, especial para o Jornal do Carro
22/09/2020 - Tempo de leitura: 2 minutos, 31 segundos

Se quando você escuta alguém falar sobre motos, nomes como Yamaha, Honda, Suzuki e até as mais premium como Triumph e Harley-Davidson passam pela sua cabeça, saiba que uma montadora conhecida por aqui já fabricou veículos sobre duas rodas. A Peugeot, que continua com sua produção de scooters na Europa, voltará a produzir motos de até 300 cm³.

A fabricação de motos será feita pela indiana Mahindra, que já vendeu picapes e SUVs no Brasil até 2015. No mesmo ano, a montadora comprou 51% da Peugeot Motorcycles (PMTC) e o restante das ações foi adquirido no final de 2019. A multinacional, também dona da marca Jawa, pretende lançar sete modelos, entre motos e scooters, entre 2021 e 2023.

A estreia será uma versão de produção do conceito P2X da Peugeot exibido em 2019 no Salão de Paris. No evento o conceito apresentou uma versão Roadster de 125 cc outra de 300 cc no estilo “cafe racer”.

O site italiano Motociclismo conversou com Mario Minella, presidente da distribuidora italiana da Peugeot. Minella confirmou que a Peugeot Motorcycles pretende adotar uma imagem mais “jovem e agressiva” mundialmente.

Conceito Peugeot P2X no estilo cafe racer, mostrado no Salão de Paris de 2019. Foto: Divulgação/Peugeot

Para isso, a fabricante implantou uma nova plataforma para desenvolver motos de 300 cm³. Dela poderiam surgir ainda modelos de 500 cm³ e 125 cm³. Ainda que o foco da produção esteja nos mercados asiáticos, Minella adianta que a nova plataforma será elaborada em escala mundial.

Peugeot já produziu bicicletas no Brasil

Muito antes de começar a chegar oficialmente ao Brasil, em 1992, a Peugeot já produzia bicicletas com a Almec, desde 1977. A Cycles Peugeot detinha 40% da sociedade com a empresa brasileira. As bicicletas eram montadas na cidade de Montes Claros (MG) e seu primeiro produto, a Peugeot 10, era concorrente direta da Caloi 10.

Porém, a parceria durou pouco tempo. Em 1979, a Cycles resolveu deixar a Almec devido a uma dívida que ultrapassava os 100 milhões de cruzeiros. Dois anos depois, a Almec, que ainda detinha o nome Peugeot, procurou uma empresa nacional para tentar reduzir os custos de produção das bicicletas, já que muitas peças vinham importadas da França.

Scooters da marca francesa já vieram ao país

O fornecedor foi a FMB, também conhecida como Fiat Metalúrgica Brasil. A FMB fornecia alumínio que era instalado nos veículos de duas rodas nacionais. Contudo, um ano depois a Almec se encontrou em dívidas novamente, em razão do fim da Sudene (benefícios fiscais oferecidos a empresas instaladas fora do eixo Rio-São Paulo), e a fábrica precisou fechar.

Nos anos de 1990 e 2000, alguns scooters da Peugeot vieram ao Brasil, desta vez importados pela Sundown. Como por exemplo o Zenith, de 49 cm³ e a linha Speedfight. Na época, o mercado de scooters ainda não era tão sólido quanto hoje em dia e os preços da fabricante francesa eram mais caros do que suas concorrentes nacionais.