Avenida Senador Teotônio Vilela, na Zona Sul da capital, passou a ter mais 12,5 km da sinalização. Foto: Prefeitura de SP/SECOM
Salvador (BA) iniciou nesta segunda-feira (10) os testes com a primeira motofaixa da capital baiana. O espaço destinado à circulação de motociclistas foi implantado nos dois sentidos da Av. Mário Leal Ferreira (Av. Bonocô). Salvador é a terceira capital do país a ser autorizada pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) a implementar a estratégia viária.
Assim como na capital paulista, onde surgiu e se chama “Faixa Azul”, a sinalização experimental tem como objetivo tentar reduzir os sinistros com motociclistas. Além de Salvador e São Paulo, Recife tem autorização para implantar a sinalização. Entretanto, a capital pernambucana até agora não adotou a motofaixa.
Em Salvador, a motofaixa fica entre as faixas 1 e 2 de rolamento, a partir do canteiro central, de cada sentido da Avenida Bonocô. O espaço, demarcado com linhas tracejadas nas cores azul e branco, como em São Paulo, pretende organizar o trânsito de motociclistas entre os automóveis. A via também receberá sinalização vertical para orientar os condutores. Afinal, a faixa azul não é exclusiva e obrigatória para motos, mas sim preferencial.
De acordo com a Transalvador, superintendência de trânsito da capital baiana, os motociclistas poderão transitar com mais disciplina e segurança, sem alterar a dinâmica já existente na via. Embora tenha recebido a motofaixa, cada sentido da avenida continuará tendo quatro faixas para circulação de veículos.
Por determinação da Senatran, para a instalação da motofaixa, a velocidade máxima na Bonocô caiu de 70km/h para 60 km/h. Porém, nos primeiros trinta dias, a fiscalização não aplicará multas, pois se trata de fase de testes para os condutores se habituarem ao novo limite. Mesmo em espaço segregado, os motociclistas têm de respeitar a velocidade máxima da via.
Leia também: Faixas exclusivas para motos x Faixa azul: entenda a diferença
“Essa iniciativa inovadora é resultado de muito trabalho, pesquisas e estudos técnicos da Transalvador. Vamos analisar o comportamento do tráfego e mandar relatórios periódicos para a Senatran. Após a consolidação dos dados, nosso intuito é expandir essa iniciativa para outras avenidas”, explica Decio Martins, superintendente de Trânsito de Salvador.
A motofaixa se alia a outras iniciativas da Prefeitura de Salvador, por meio da Transalvador, para reduzir a ocorrência de sinistros com motociclistas. Em todo o ano de 2024, a capital baiana registrou 3.063 sinistros envolvendo motos, com 84 óbitos. O número representa 59% das mortes em sinistros de trânsito no ano passado.
Nos dois primeiros meses de 2025, a Transalvador registrou 464 sinistros envolvendo motos, que resultaram em 11 vítimas fatais. No mesmo período do ano passado, foram contabilizados 467 acidentes, com 18 vítimas fatais.
A Transalvador alega ter intensificado as ações educativas e a fiscalização para coibir infrações. Houve, ainda, investimentos em redesenho viário, com implantação de estruturas que impeçam as conversões irregulares, por exemplo.
Veja também: VLT de Salvador: confira como está a evolução do projeto
Segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) da Bahia, 2024 foi o ano com maior quantidade de motos emplacadas na capital baiana, com 16.851 unidades. No acumulado dos últimos cinco anos, a frota em Salvador cresceu 35%. Passou de 160.661, em 2020, para 216.338 motos emplacadas até o momento.