Ponto de ônibus em São Paulo.
Menos de um a cada dez brasileiros pode pegar um ônibus na rua onde mora. É o que mostra uma pesquisa do Censo Demográfico 2022, do IBGE, que reúne dados sobre o entorno das residências brasileiras. Foi identificado que apenas 8,8% da população tem acesso a alguma parada de ônibus ou mesmo de van no endereço onde habita.
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A diferença entre as regiões é expressiva. Nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte estão a maioria dos municípios com pouca ou nenhuma sinalização de ponto de ônibus ou van. A proporção de residências com essa sinalização, na média entre as regiões, é de:
No Rio Grande do Sul, Estado com maior índice, 14,5% dos habitantes têm uma parada de transporte coletivo na sua rua. Em seguida vêm Santa Catarina, com 11,9%, e São Paulo, com 11,8%. Em contrapartida, na lanterna dessa classificação está Tocantins, que registrou apenas 1,6% dos habitantes em ruas com alguma parada, o Amapá, com 2,4%, e Mato Grosso, com 3,1%.
O documento do IBGE onde os dados foram apresentados destaca, contudo, que a recomendação de especialistas é que existam pontos de embarque e desembarque entre 300 e 500 metros dos domicílios em áreas urbanas. Ou seja, mesmo numa situação ideal, não haveria pontos de ônibus em 100% das ruas.
Entre as concentrações urbanas, que são municípios ou agrupamentos de municípios com mais de 100 mil habitantes, Juiz de Fora (MG), na zona da mata mineira, é a que reúne maior número de pessoas morando perto de um ponto, com 47,3%. Em seguida, Petrópolis (RJ), na serra fluminense, tem 31,2%, e a região formada por Volta Redonda (RJ) e Barra Mansa (RJ), têm 24,9%.
Em 1.183 municípios (21,2% do total), não foi registrada nenhuma sinalização de ponto de ônibus. Já em outros 3.189 (57,2%), até 5% dos moradores residiam em vias com parada de transporte coletivo.
Nesse sentido, apenas 24 municípios (0,4%) possuíam mais de 30% de moradores com acesso a paradas na rua em que residem, sendo que apenas dois estes municípios não estão na região Sul ou Sudeste.
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