Tarifaço de Trump também atinge o mercado de motos

No primeiro semestre de 2025, 3,7 mil motos, produzidas em Manaus (AM), foram exportadas para os EUA. Foto: Honda

Há 3h - Tempo de leitura: 1 minuto, 57 segundos

O aumento das tarifas de importação anunciado pelos Estados Unidos também irá impactar as fabricantes de motocicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (AM). As motos e seus respectivos componentes não entraram nas exceções do tarifaço assinado na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Portanto, a partir da próxima quaerta-feira (6) a tarifa de importação americana para o produto motocicleta será de 50%, confirma a Abraciclo, associação dos fabricantes do setor.

Atualmente, os Estados Unidos são o terceiro maior destino das motocicletas exportados pelo Brasil. De acordo com os fabricantes, 3,7 mil unidades foram exportadas para os EUA no primeiro semestre. Embora baixo, o volume representou 18% das motos exportadas pelo País neste ano. Os modelos exportados são, predominantemente, motos off-road, segundo a Abraciclo.

Além do tarifaço de Trump atingir as motos exportadas para os Estados Unidos, existe a preocupação de um retaliação do governo brasileiro. Isso porque algumas associadas da Abraciclo importam componentes dos Estados Unidos para a produção.

De acordo com fontes ligadas à Honda, a marca importa algumas peças utilizadas na produção dos quadriciclos FourTrax TRX 420. Entretanto, não há, até o momento, sinais de que o governo Lula irá aumentar as tarifas de produtos importados dos Estados Unidos, abrindo assim uma guerra comercial com Trump.

Menor competitividade

Como já havia contratos de compra assinados, o tarifaço não deve atingir tanto o mercado de motos de imediato. Contudo, ainda segundo a Abraciclo, “a decisão pode reduzir a competitividade de exportação da motocicleta produzida no Brasil, pois o produto tende a ficar mais caro para o consumidor”.

Embora o volume de exportação não seja expressivo quando comparado à produção anual das fabricantes de motocicletas em Manaus, a medida causa preocupação ao setor. Em entrevista a Times Brasil, o presidente da associação, Marcos Bento, ressaltou a relevância do mercado norte-americano para a estratégia de expansão internacional da indústria de motos.

Ainda de acordo com o executivo, a Abraciclo mantém as projeções para o ano. A entidade projeta produzir cerca de 1,9 milhão de unidades até o final de 2025, ou seja, um crescimento de 7,5% em relação ao ano passado. Já as exportações devem ter alta de 6% e chegar a 36 mil unidades.