Rivaldo Leite

Vice-presidente comercial e de marketing da Porto Seguro

Tudo caminhava muito bem. Até que veio a pandemia

Foto: Getty Images

10/11/2020 - Tempo de leitura: 3 minutos, 5 segundos

A chegada dos aplicativos de transporte e dos serviços de compartilhamento de patinetes elétricos e bicicletas nos grandes centros gerou uma inegável revolução na mobilidade urbana. Somado aos novos hábitos da geração Y, esse cenário levou muitas pessoas a substituírem o veículo próprio por modais alternativos e impactou sobretudo os jovens, que até então tinham como principal desejo tirar a habilitação aos 18 anos e comprar o primeiro carro tão logo quando pudessem. 

Os dados do Detran-SP traduzem essa decisão em números: entre 2014 e 2018, as emissões da primeira carteira de habilitação tipo B caíram 30% em um dos Estados mais movimentados do país. Ninguém esperava, entretanto, que as atividades do dia a dia fossem completamente modificadas por uma pandemia em pleno 2020.

Nos últimos meses, nos adaptamos a uma nova realidade e redobramos os cuidados em cada deslocamento. Se a mudança na maneira de se locomover já era dada como certa, agora ter um carro para chamar de seu voltou a ser prioridade. Quem abriu mão do automóvel próprio em um passado não tão distante reconsidera a decisão em busca de maior segurança, tendência que, segundo a consultoria Capgemini, é mundial. Um estudo conduzido pela companhia em 11 países aponta que mais de 70% dos 11 mil entrevistados acreditam que ter um carro é uma maneira de controlar melhor a higiene neste momento. 

Entre os consumidores ouvidos, 35% pretendem adquirir um veículo ainda neste ano e 45% dos entrevistados abaixo dos 35 anos de idade também declararam o desejo de comprar um automóvel – ou seja, nem os mais jovens escaparam. Quem não possui CNH já se prepara para tê-la. Minha filha é um dos exemplos e segue tirando a habilitação depois de relutar quanto à necessidade de dirigir.

Veículos novos

Se o automóvel é considerado um dos meios de locomoção mais seguros nesse sentido, por que não aliar esse fator à comodidade? Na mobilidade, os carros por assinatura surgem como uma alternativa atraente à compra de veículos 0-km. Isso porque oferecem, durante um ou dois anos, dependendo do plano selecionado pelo motorista, um veículo nunca antes utilizado por qualquer outra pessoa. O modelo do carro, assim como a cor e a placa, pode ser escolhido pelo assinante dentro das opções disponíveis e fica à sua disposição durante 24 horas por dia. IPVA, manutenções preventivas nas concessionárias, documentação e seguro fazem parte do plano de assinatura, além de um carro reserva em caso de imprevistos. Ao final do contrato, o motorista escolhe outro automóvel novo para ser utilizado com os mesmos benefícios.

Essa modalidade é uma alternativa financeiramente atrativa para ter um veículo, sobretudo nos momentos em que as famílias sentem os reflexos da instabilidade financeira. O motorista evita eventuais surpresas no orçamento por saber, desde o início, o valor que pagará pelo automóvel. Como o carro por assinatura não compromete o fluxo de caixa, ele consegue manter uma reserva de emergência sem a necessidade de abrir mão do conforto e da segurança de um veículo particular – estratégia adotada por pessoas com perfil investidor, principal público do Carro Fácil, serviço de carro por assinatura da Porto Seguro: hoje, 93% dos assinantes realizam investimentos. Enquanto usufruem desse modelo de locomoção, focam no rendimento do dinheiro que seria destinado ao financiamento de um veículo.

É fato que a mobilidade conta com opções para todos os gostos e estilos de vida. Porém, vemos que, hoje, o carro voltou a ser uma prioridade na pandemia.