Trocar o óleo é uma prática comum nas oficinas de moto. Contudo, é preciso ter cuidado. Afinal, de acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, o Ibama, 1 tonelada de óleo lubrificante jogada no solo ou na água equivale ao esgoto doméstico de cerca de 40 mil habitantes em um dia.
Mas como fazer para evitar o desperdício ao efetuar uma troca de óleo? De acordo com o mecânico Alexandre Sauro, da Drop Red Red Bikes, uma medida bastante simples é a venda fracionada. “Os óleos costumam vir em embalagens de 1 litro, mas na moto colocamos 1,5 litro. Então, eu vendo exatamente esse 1 litro e meio para o cliente”, conta. Dessa forma, o cliente não precisa se preocupar em levar garrafas de excedentes de óleo e acumular em casa.
O mecânico diz que pode parecer óbvio fazer isso, mas não é o que a maioria das oficinas faz. “A moto usa só 1 litro e meio, mas o cliente paga por dois e ainda leva a embalagem com o que sobrou. O problema é que o cliente não sabe muito bem o que fazer com as sobras e acaba descartando errado”, complementa.
O ponto levantado por Alexandre Sauro faz sentido: nem sempre o que sobra de óleo estará em condições de ser usado, ou por não ter sido guardado corretamente, ou por ter passado da data de validade, perdido a qualidade e, portanto, acaba inutilizado.
O correto de fato é o cliente não levar a garrafa com o que sobrou de óleo para casa. De acordo com a Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes também são responsáveis pelo ciclo do produto. Ou seja, precisam armazenar resíduos até que alguma empresa autorizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) faça a coleta.
Outra forma simples de evitar o desperdício de óleo é dizer ao cliente para respeitar os intervalos de troca que estão no manual da moto. Respeitar esse prazo significa não só proteger o motor, como evita o desperdício com uma troca antes do tempo. Afinal, o óleo não teria completado todo o seu ciclo de vida útil.
Reduzir o desperdício de óleo nas trocas é uma grande responsabilidade e as oficinas precisam ter isso como meta. Para ter uma ideia do quanto de óleo lubrificante é descartado de forma errada no Brasil, dos mais de 790 milhões de litros comercializados que não estão dispensados de coleta pela ANP, pouco mais de 345 milhões de litros são coletados pelas empresas ligadas ao órgão governamental. Um montante que não chega nem a 50% do total vendido. Evitar o desperdício, além de ser honesto com o cliente, ajuda a proteger e muito o meio ambiente.