Apenas em 2021, foram mais de 878 mil acidentes no País, que conta com uma frota ativa de mais de 73 milhões de veículos, de acordo com dados do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest).
O excesso de velocidade é a principal causa desses sinistros e – mesmo que o motorista considere que bater “a poucos quilômetros por hora” não significa uma fatalidade – não existe velocidade ideal ou “mais segura” para trafegar em qualquer ambiente urbano.
“Os órgãos competentes estabelecem os limites conforme o local e levando em consideração vários fatores”, explica Rafael Serralvo, professor do curso de engenharia mecânica da FEI. “Portanto, respeitar a velocidade limite significa estar dentro da margem de segurança para determinada via.”
O professor explica a relação entre a velocidade e o tempo (ou distância) para a frenagem. “Existe o período de reação para o condutor identificar que algo aconteceu, sendo necessário pisar no freio, e a execução física desse acionamento”, esclarece Serralvo. “Esse tempo pode variar bastante entre os diversos tipos de motorista: usualmente, entre 0,7 e 1,5 segundo.”
O tempo total da parada completa do veículo é a soma do tempo de reação mais o tempo de frenagem médio do veículo. Com isso, carros maiores e mais pesados precisam de maior distância do que os menores e mais leves – assim como os esportivos possuem sistemas de freio e pneus apropriados para executar a frenagem em menores distâncias do que os comuns.
Veículos que trafegam a 20 km/h precisam de 7,5 metros para parar completamente, assim como, se estiver a 50 km/h, serão necessários 26 metros e, a 120 km/h, o condutor deve percorrer uma distância de, aproximadamente, 105 metros até parar por completo. “Uma boa regra para saber qual é a distância ideal para manter do veículo que trafega a sua frente é contar até 2 segundos.
Ou seja, marque um ponto de referência, na pista, e o seu veículo deve passar pelo menos 2 segundos mais tarde que o da frente. Se esse tempo for menor, aumente essa distância, reduzindo a velocidade. Além de ser uma ação de segurança, pode evitar uma multa”, acrescenta o especialista.
Acidentes graves acontecem, normalmente, quando se somam diversos fatores, como estado ruim dos pneus, conservação e manutenção inadequadas do veículo (como os sistemas de freio e da suspensão), além das condições da estrada (pavimentação e sinalização), que, combinados com alguma desatenção do motorista, podem ser fatais.
Aliás, o último fator também figura entre as principais causas de acidente: atualmente, os aparelhos de telefone celular são os motivos das maiores distrações dos motoristas. “A atenção do condutor também fica dividida em relação aos sistemas de multimídia que equipam os veículos mais modernos, com muitos recursos disponíveis que vão além de regulagens de motor, transmissão e, algumas vezes, de suspensão e freios”, acrescenta.
Fonte: Renaest