Humanização e técnicas que salvam vidas

Simulado de acidente realizado por profissionais de atendimento pré- hospitalar da CCR: apoio emocional segue ao lado da capacitação técnica. Foto: Divulgação/CCR.

04/02/2020 - Tempo de leitura: 4 minutos, 33 segundos

O médico Marcelo Okamura, coordenador médico da CCR ViaOeste, concessionária que administra o sistema Castello-Raposo Tavares, mantém em sua gaveta a foto de uma família em que o pai usa um colar cervical. A imagem é uma lembrança de um resgate bem-sucedido realizado por ele: todos os oito integrantes da família envolvidos no acidente foram salvos após o capotamento da van em que viajavam, na Rodovia dos Bandeirantes, administrada pela CCR AutoBAn, também do Grupo CCR.

A foto, que se tornou uma espécie de talismã para Okamura, foi dada a ele pela família, um mês depois do acidente, durante visita de agradecimento feita à equipe de atendimento. “Lembro com detalhes de tudo o que aconteceu naquele dia”, diz o médico. “Foi preciso um certo esforço para acalmar o pai, que precisava ficar imobilizado, mas queria ajudar a socorrer sua família”, descreve. “Qualquer movimento colocaria em sério risco o seu próprio estado de saúde, pois havia suspeita de fratura na coluna vertebral, que foi confirmada posteriormente”, complementa Okamura.

Assim, enquanto cuidava do atendimento pré-hospitalar mais objetivo, Okamura teve também que prestar suporte emocional à vítima para manter a situação sob controle. “São momentos em que é preciso transmitir serenidade e segurança”, define o médico.

Recuperação acelerada

Histórias como essa demonstram a importância do atendimento humanizado que tem guiado o serviço pré-hospitalar nas rodovias administradas pelo Grupo CCR. Ao conciliar aspectos físicos e emocionais, a abordagem pode ser determinante para evitar danos mais severos às
pessoas acidentadas, como ocorreu no exemplo descrito.

Manter a atenção voltada também às emoções das pessoas envolvidas em um acidente é algo que depende não apenas da capacidade de empatia dos profissionais de atendimento, mas de muito preparo e treinamento. “É preciso ter clareza sobre os protocolos para conseguir cuidar das circunstâncias emocionais sem descuidar das preocupações objetivas do atendimento pré-hospitalar”, lembra Okamura.

A CCR ViaOeste pretende ampliar o atendimento emocional para o período posterior ao socorro na rodovia, por meio de treinamentos em parceria com os hospitais localizados nas proximidades das concessões.

Segundo Okamura, dar um atendimento focado no emocional da pessoa que passou por um acidente, – momento de intenso estresse, – pode prevenir o surgimento de doenças posteriores ou evitar o agravamento de eventuais patologias pré-existentes, como diabetes ou hipertensão arterial.

“Manter o apoio emocional às vítimas, inclusive em etapas secundárias ao acidente, reduz o trauma, acelera a recuperação e previne o surgimento de doenças desencadeadas pela forte emoção”, afirma o médico. “Os benefícios em potencial são muitos.”

Rede de apoio

O apoio emocional no atendimento pré-hospitalar, no entanto, é parte de um amplo conjunto de ações visando assegurar a alta qualidade na prestação de serviços das concessionárias do Grupo CCR aos seus clientes.

Realizar o atendimento pré-hospitalar com eficiência depende de uma estrutura eficiente eficaz e de técnicos treinados. Ao longo das rodovias administradas pelo grupo, viaturas de resgate estão posicionadas de maneira estratégica para que o tempo de resposta a um acidente não ultrapasse 10 minutos até a chegada ao local, sem considerar problemas
no tráfego.

“O nível de agilidade no primeiro atendimento pode ser decisivo entre a vida e a morte”, reforça Juliano Roque de Souza, coordenador do serviço de interação com o cliente da CCR ViaOeste. “Em uma parada cardiorrespiratória, por exemplo, cada minuto que passa reduz de 7% a 10% a chance de sobrevivência da vítima”, afirma Souza, que acumula uma série de treinamentos internacionais em técnicas de resgate em rodovias.

A ampla rede de apoio aos profissionais de resgate inclui os telefones à beira da estrada (call box), as câmeras de monitoramento e o serviço de equipe tem ainda o suporte da chamada “regulação médica”: por meio de rádio, um médico auxilia no atendimento e informa sobre o hospital mais adequado para receber a vítima.

Os usuários são aliados do processo de atendimento a emergências, pois podem transmitir informações essenciais. Ao entrar em contato pelo telefone de emergência das estradas ou pelo 0800 para comunicar uma ocorrência, é importante fornecer o maior número possível de dados, como localização, pontos de referência, tipo de acidente e quantidade de veículos envolvidos.

Estrutura de salvamento

As equipes de resgaste precisam estar preparadas para todo tipo de
ocorrência e situação, desde a necessidade de retirar vítimas presas às
ferragens até acidentes com cargas perigosas.

Assim, as viaturas das concessionárias do Grupo CCR trazem recursos extras em comparação a ambulâncias comuns: macacos hidráulicos, alicates de corte, calços, cabos, barras estabilizadoras e serras, entre outros dispositivos de salvamento e segurança. “Na estrada há muitas variáveis, desde a necessidade de retirar a vítima presa nas ferragens até um resgaste de veículo prestes a despencar das alturas”, resume o coordenador.

Para que estejam totalmente preparados, os profissionais de resgate passam por 220 horas de capacitação antes de seguir numa viatura. Depois disso, são submetidos a treinamento contínuo, que concilia as exigências dos protocolos internacionais de atendimento pré-hospitalar com inovações e avanços, como o suporte emocional.