Ciclistas de seis cidades brasileiras realizam protesto por segurança no trânsito

Julgamento acontecerá no dia 20; mobilizações acontecem em São Paulo, Porto Alegre, Recife e Belém. Foto: Adobe Stock

14/06/2024 - Tempo de leitura: 2 minutos, 56 segundos

A partir do dia 15, ciclistas de quatro capitais brasileiras farão protesto por segurança viária. A manifestação acontece em homenagem à Marina Harkot, ciclista paulistana, atropelada e morta em 2020. Harkot retornava para casa no dia 8 de novembro de 2020, na avenida Paulo VI, no bairro de Pinheiros, quando foi atingida. O julgamento popular acontecerá no dia 20 de junho, no Fórum da Barra Funda, em São Paulo.

De acordo com a denúncia, o responsável pelo atropelamento foi o empresário José Maria da Costa, também acusado de estar embriagado durante o evento. O protesto acontece nas vésperas do julgamento para “lembrar que mortes causadas por motoristas embriagados não são acidentes, são crimes”, afirmam familiares e amigos responsáveis pela mobilização.

Indícios documentais e testemunhais reunidos pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) apontam que Costa Júnior estava embriagado e transitava em alta velocidade pela Zona Oeste de São Paulo, quando atropelou Marina e não prestou socorro. Ele responde por homicídio doloso qualificado por dirigir sob efeito de álcool.

“Dirigir bêbado, atropelar uma ciclista e não socorrer, não é acidente. É crime. Espero que o júri represente bem toda a sociedade fazendo justiça”, afirma Maria Claudia Kohler, mãe de Marina. Harkot era socióloga pela Universidade de São Paulo (USP), cursou mestrado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/USP), onde defendeu a dissertação “A bicicleta e as mulheres: mobilidade ativa, gênero e desigualdades socioterritoriais em São Paulo”. Marina cursava o doutorado e atuava como pesquisadora do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade), Ciclo Cidade e outros grupos semelhantes.

Acidentes de trânsito em São Paulo

De acordo com dados recentes do Infosiga, pedestres, ciclistas e motociclistas são as principais vítimas em casos de acidente no trânsito em São Paulo. O número de mortes em bicicletas subiu 34,4% entre os meses de março e abril deste ano. Foram 43 óbitos em março deste ano contra 32 em março de 2023. O consolidado dos três primeiros meses também apresenta um crescimento de 5,8%. Entre janeiro e março deste ano, 91 mortes de ciclistas aconteceram no trânsito, contra 86 no mesmo trimestre do ano anterior.

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As motocicletas também apresentam números graves, sendo o modal com mais acidentes registrados. Os sinistros com motos, de acordo com o Detran-SP, fizeram 207 vítimas fatais nas vias paulistas em março. No ano anterior, foram 178 óbitos, um aumento de 16,3%. Os dados coletados de todo o ano reforçam a crise de segurança, em que ocorreram 551 mortes. Esse número representa um aumento de 18% em relação ao trimestre de janeiro a março do ano passado.

Em março deste ano, os sinistros com óbitos de pedestres tiveram aumento de 13,7%: foram 116 mortes, contra 102 no mesmo mês de 2023. No acumulado do primeiro trimestre, o crescimento foi de 1,5% – 279 óbitos de janeiro a março, ante contra 275 em igual intervalo do ano passado.

Pontos de concentração dos protestos

São Paulo: Av. Paulo VI, Sumaré, em frente ao muro da Rua Lisboa 15/6  – 10 h
Recife: Praça do Derby16/6 – 10h
Belém: Praça da República, em frente ao Teatro da Paz15/6 – 16 h
Porto Alegre: Esquina da Érico Veríssimo/Getúlio Vargas15/6 – 10h