Além das manutenções periódicas previstas pelo manual do proprietário, confira se todos os itens da motocicleta estão funcionando corretamente antes de colocar a moto na estrada. É importante checar sistema de iluminação, setas, pneus, freios e o nível de óleo.
O motociclista deve estar sempre com a vestimenta adequada, com capacete fechado, jaqueta com proteções de coluna, ombro e cotovelos, calça feita de material resistente, botas de cano curto e luvas. Nos dias de calor, vista uma jaqueta ventilada para não transpirar tanto e sentir desconforto durante a viagem.
Para o diretor executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), José Eduardo Gonçalves, não há problema em andar de moto na estrada em grupo desde que todos respeitem as regras e normas de trânsito. É mais seguro deixar um líder à frente do comboio e outro no final, ambos com experiência em dirigir na rodovia.
Já o instrutor de motociclismo, Geraldo Simões, não recomenda passeios com mais de três pessoas. “Em grupos maiores, sempre alguém menos experiente quer acompanhar uma pessoa mais experiente e nem sempre dá certo”, diz.
Leve em conta qual é o limite de bagagem que a moto pode transportar, informação contida no manual do proprietário. “Não concentre tudo na parte de trás. O baú aguenta, mas a moto não”, alerta André Garcia, advogado especialista em segurança no trânsito com foco em motocicleta.
“A bagagem colocada atrás do eixo traseiro faz a moto empinar e perder estabilidade”, acrescenta Simões. Por isso, é preciso distribuir a bagagem no baú e em alforjes laterais bem amarrados.
Ao viajar de moto sozinho ou em grupo, o motociclista nunca deve parar nos acostamentos, a não ser em uma emergência extrema. Nesse caso, permaneça do lado de dentro do guard-rail, mais longe possível do tráfego. “Muitas pessoas usam o acostamento para esperar os amigos e até para fazer selfies. Estão expostos a acidentes terríveis e também a assaltos”, revela Gonçalves.
O descanso é fundamental ao viajar de moto sozinho. Só assim se recupera as condições mais adequadas de concentração e reflexos. “A decisão de quando parar e durante quanto tempo é do próprio motociclista, considerando sua condição física, o clima e a situação da estrada em que trafega”, define José Eduardo Gonçalves.
Na opinião de Geraldo Simões, pausas regulares – depois de rodar de 100 km a 200 km – ajudam a evitar câimbras. André Garcia defende parar a cada duas horas e adverte: “Nos intervalos, o condutor deve se hidratar, jamais ingerir bebidas alcoólicas e não comer demais. Estômago cheio compromete a concentração”.
Quando está levando garupa na viagem de moto– o passageiro no assento de trás da moto –, o motociclista tem a responsabilidade multiplicada. “O garupa não pode dormir e há situações de risco como o momento pós-almoço, quando bate aquela preguiça. É muito perigoso ele cair da moto”, descreve Geraldo Simões.
“Se o motociclista sente um peso nas suas costas, o melhor a fazer é parar até que o garupa se recomponha”, ressalta Garcia. A Abraciclo esclarece que a legislação atual obriga o garupa a ter, no mínimo, sete anos e estar equipado com capacete.
Você até pode ter experiência em pilotar a moto debaixo de chuva, mas se estiver passeando com um grupo de amigos, sempre haverá um sem o traquejo necessário. Assim, proteja-se em lugar seguro, como postos de serviço ou rodoviário. Não pare sob pontes e viadutos que, geralmente, não possuem área de escape, tornando a espera muito arriscada.
O motociclista deve ficar muito atento aos caminhões na estrada, que podem correr demais. Se houver um veículo pesado atrás, não hesite em deixá-los ultrapassar. Também tome cuidado com o caminhão à sua frente. “Um veículo longo, pesado e alto impede que o condutor da moto tenha a visão do que está acontecendo adiante, atrasando seu tempo de reação”, observa Simões.
O advogado André Garcia alerta sobre os riscos de conduzir uma moto urbana em estradas. “Ela está fora de seu habitat, porque tem baixa cilindrada e apresenta limitações nas rodovias. Às vezes o motociclista nem sabe o que tem nas mãos”, afirma. Motos menores não são tão estáveis e sofrem mais, por exemplo, com rajadas de vento e desempenho. Não são adequadas, portanto, para longas viagens.