Aprimorar a mobilidade nas cidades, para alcançar mais fluidez, conforto e segurança nos deslocamentos, deixou de ser uma missão apenas para os planejadores urbanos. Atualmente, este é um tema que também envolve fabricantes de veículos, diferentes empresas de tecnologia, como provedores de internet e de aplicativos de mobilidade, monitoramento de tráfico, pagamento digital, startups variadas e diversos outros agentes, formando um ecossistema abrangente e rico em expertises.
Como consumidores, quando queremos adquirir um produto ou serviço, esperamos encontrar diversidade de opções no mercado, pagar um preço justo e ter uma experiência de compra positiva e conveniente. Isso também se aplica aos usuários dos serviços de transporte, seja público ou privado. A questão que inquieta os passageiros não é somente ‘por onde eu vou’ do ponto A ao ponto B, mas ‘como eu vou’.
Portanto, há um movimento global que une negócios de diferentes setores, universidades e gestores públicos neste objetivo comum: elevar o patamar dos atuais sistemas de mobilidade, que se encontram no seu limite, tanto do ponto de vista operacional quanto do financeiro.
O ecossistema de mobilidade lança uma visão holística sobre esse panorama. Portanto, os projetos envolvem vários modais, transporte sob demanda, as avançadas tecnologias de controle de fluxos do trânsito e a diversificação dos materiais rodantes: carros com motoristas e autônomos, veículos elétricos ou movidos a outras fontes de energia limpa (incluindo ônibus) e soluções metroferroviárias.
Além disso, é preciso considerar o fator mais complexo de todos: a própria infraestrutura das cidades, o que envolve a discussão central sobre custos, investimentos e tarifas.
Inovar neste cenário desafiador é a palavra de ordem. O estudo Orchestrating a Mobility Ecosystem (Orquestrando um Ecossistema de Mobilidade, na tradução livre) constata que as autoridades de transporte em todo o mundo estão fortemente pressionadas para equilibrarem as contas e atenderem às crescentes expectativas dos clientes da era digital. Sendo assim, a expectativa é que adotem tecnologias inteligentes e reinventem a prestação de serviços.
O estudo identifica cinco capacidades para acelerar o progresso e promover a inovação neste cenário:
1) Repensar a atuação dos governos como provedores de transporte público, assumindo o papel de reguladores de mobilidade, com foco na experiência do cliente;
2) Colocar os clientes no centro da entrega de produtos e serviços, com opções personalizadas;
3) Co-inovar e fazer parcerias estratégicas com fornecedores e plataformas digitais de mobilidade, para lançar serviços e expandir a inovação rapidamente;
4) Projetar uma plataforma digital para promover o marketing inteligente baseado em dados, vendas e engajamento, para facilitar experiências de mobilidade contínuas; e
5) Almejar novas oportunidades de crescimento, repensando o modelo operacional de mobilidade e mudando o papel para orquestrador, permitindo a inovação em um ecossistema de transporte voltado para as necessidades dos passageiros.
Este contexto requer uma grande transformação no desenvolvimento de soluções, em que a inovação realmente exerce o papel de protagonista. No Brasil, assim como em outros países, players consolidados se unem a startups disruptivas para, juntos, promoverem as mudanças necessárias e trazerem mais rapidez, segurança e conforto, bem como o melhor custo-benefício nos deslocamentos da população.”