Como Zurique se tornou destaque na mobilidade urbana

Investimento em transporte público, como os trems. Foto: Getty Image

17/11/2021 - Tempo de leitura: 1 minuto, 54 segundos

Com mais de 400 mil habitantes, a maior cidade da Suíça foi planejada para que todos os trajetos pudessem ser realizados com facilidade a pé, de bicicleta ou por meio do transporte público. Zurique é referência em mobilidade urbana e conta com uma crescente expansão de espaços livres de automóveis individuais. 

Parte importante desse processo foi a elaboração de um decreto, promulgado em 1996, conhecido como “Compromisso Histórico”, que estabelece um limite de estacionamentos dentro da cidade. Assim como Paris, foi delimitada uma quantidade máxima de vagas de veículos em novos empreendimentos que receberam autorização para a construção. 

A cidade passou a utilizar o conceito de travel demand management (TDM), que restringe a utilização de veículos privados com a adoção de pedágios urbanos, pagamentos de acordo com a distância e restrições regulatórias. Esse método permite flexibilizar normas de acordo com o contexto local, fazendo com que shoppings e outros empreendimentos possam cobrar diferentes preços baseados na demanda de vagas, o que evita que mais pessoas circulem em horários de pico e reduz os congestionamentos. 

Investimento

Com apenas 25% da população possuindo carros, o sucesso da medida, em Zurique, se dá pela oferta extensiva de outros métodos de deslocamento. Com alto investimento no transporte público, a cidade está em constante amplificação de linhas adicionais, sendo que já é possível encontrar um ponto de ônibus ou trams (espécie de trem urbano) a cada 300 metros. O governo suíço investe, também, na sustentabilidade do setor ao planejar substituir 100% das frotas de ônibus por veículos elétricos até 2025. 

Dentro do contexto de cidades brasileiras, é possível aprender de metrópoles como Zurique que parte essencial do planejamento da mobilidade urbana está no arranjo institucional, com base em políticas públicas que ampliem a regulamentação do transporte individual. Para que exista a diminuição no tráfego e poluição do ar em grandes centros urbanos, não basta apenas aumentar a quilometragem de ciclofaixas, modernizar ônibus ou taxar carros com pedágios: é necessário que essas políticas dialoguem entre si, criando uma infraestrutura de mobilidade em que o passageiro seja priorizado.