Os veículos elétricos estão na pauta do mercado automotivo como um todo e vêm crescendo continuamente no Brasil. O movimento de eletrificação dos veículos é uma realidade em várias categorias da mobilidade, desde os carros e motos até os ônibus, trens etc., com avanços em todos os meios de locomoção.
No caso dos carros, os elétricos vêm conquistando cada vez mais o gosto dos brasileiros. Isso é comprovado em números. Em 2020, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) registrou recorde de emplacamentos, com aumento de 66,5% sobre o ano anterior, saltando de 11.858 unidades em 2019 para 19.745 unidades em 2020. Esses números referem-se à soma de automóveis e comerciais leves elétricos não plug-in e plug-in (HEV ou PHEV) e elétricos a bateria. Com total de 42.269 unidades, eles passaram a representar 1% da frota brasileira, marca importante e que deve ser celebrada. Mas o volume ainda representa uma base pequena comparada ao total de automóveis e comerciais leves emplacados em 2020, que chegou a 2,65 milhões, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) – queda de 26,6% sobre 2019, atrelada principalmente aos impactos do início da pandemia.
Também percebemos o interesse crescente nessa categoria de veículo nas plataformas da Webmotors. No primeiro trimestre deste ano, a intenção de compra por automóveis elétricos e híbridos foi 98% maior que o volume de igual período de 2020; de 2019 para 2020, a alta no período foi ainda maior: 188,75%. Contudo, o volume de consideração de compra para elétricos e híbridos ainda representa uma base pequena, mas que cresce em ritmo acelerado. Ao comparar o número de intenção de compra nos três primeiros meses de 2021 com o mesmo período de 2018, por exemplo, percebemos uma alta de 470% (quase seis vezes maior).
Com o crescente interesse pelos veículos elétricos e híbridos, é possível projetar que esse ritmo vai se manter. E já há pesquisas que indicam isso. Um relatório da Bloomberg New Energy Finance (BNEF; link) projeta que o número de carros elétricos em circulação no mundo saltará dos atuais 1,7 milhão de unidades para 8,5 milhões em 2025. Já em 2030, a expectativa é de 26 milhões de unidades e esse número pode chegar a 54 milhões em 2040, um volume que deverá ultrapassar o de automóveis movidos a combustão, que tem expectativa de 42 milhões. Alguns movimentos mostram isso. A Volvo, por exemplo, divulgou nesse ano que terá apenas carros elétricos a partir de 2030 e que, já em 2025, pelo menos metade da sua frota será 100% elétrica.
Em um “caminho sem volta”, a indústria e o mercado automotivo vêm investindo forte em inovações alinhadas a essa demanda dos consumidores. E as inovações vêm em cadeia, pois envolvem vários fatores. Um deles é a disponibilidade de eletropostos para carregar (ou eletrificar) os veículos, e o outro é o preço das baterias de lítio que os equipam, que vêm caindo ao mesmo tempo em que a autonomia evolui; dados da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgados ano passado mostram que o preço delas caiu quase pela metade nos últimos quatro anos (de US$ 293,40 por KWh em 2016 para US$ 156,00 por KWh).
Da nossa parte, deixo a mensagem que todo o ecossistema automotivo deve estar preparado para essa realidade e para atender aos anseios da atual e futuras gerações por outras formas de mobilidade. O mercado de elétricos e híbridos ainda irá crescer muito nos próximos anos e precisamos encontrar soluções para tornar esses modelos cada vez mais atrativos, reduzindo o custo geral para aumentar ainda mais a comercialização, além de buscar soluções cada vez mais sustentáveis para oferecer uma boa experiência ao cliente e também ao meio ambiente.