Quem vai a Paris percebe que bicicletas são mais utilizadas que carros. Na França, uso do modal é pauta de políticas públicas, com investimento de € 2 bilhões até 2027 para ampliar rede de ciclovias, melhorar infraestrutura e incentivar aquisição desse transporte. O incentivo ao uso de bicicletas, no entanto, depende de questões importantes como segurança pública, entre outras.
De acordo com levantamento da empresa de pesquisa francesa 6t, 8% das vítimas de roubos do equipamento abandonam o hábito de pedalar nos deslocamentos diários por medo. A preocupação atinge quase metade dos ciclistas e 15% das pessoas que não possuem bicicleta comprariam uma se tivessem vaga para estacionar.
Por isso, a Indigo, multinacional francesa e líder mundial em gestão de estacionamentos, passou a oferecer serviços de conveniência e segurança para bicicletas.
Dessa foma, a companhia – que em Paris possui estacionamentos subterrâneos com soluções que beneficiam até mesmo o comércio local – criou o “Cyclopark”, um modelo de garagem com vagas para todos os tipos de bicicletas e serviços exclusivos mediante o pagamento de assinaturas. Atualmente, já são mais de 80 instalados na Europa.
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No Brasil, apesar de outro contexto e abrangência quase continental, em todos os estacionamentos administrados pela empresa – mais de 310, em 24 Estados – há bicicletários, ou seja, demanda por espaços para esse transporte.
Todavia, em grandes metrópoles, como São Paulo, há potencial para implantar os estacionamentos para bicicletas – normais, elétricas e de alto padrão. A previsão é trazer o modelo para o País ainda em 2024, com assinaturas flexíveis e controle via aplicativo.
Porém, os desafios são muitos. Um dos maiores entraves para a adoção das soluções no Brasil não é apenas a cultura de deslocamento baseado em outros modais, mas a falta de infraestrutura para o ciclista.
Estudo feito pela Aliança Bike afirma que as 26 capitais brasileiras e Brasília somam 4.365 km de ciclovias e ciclofaixas. São Paulo lidera em ciclovias e ciclofaixas, somando 689,1 km. Em seguida estão Brasília, Rio de Janeiro, Fortaleza e Salvador.
Para que isso se torne mais efetivo no País, o número ainda é baixo. É necessário ir ainda mais longe. Além de aumentar a extensão das ciclovias, os espaços que já existem e que são destinados à circulação de bicicletas devem ser mantidos de forma adequada.
Do ponto de vista dos estacionamentos, mais do que pensar em espaços para guardar veículos, é possível pensá-los como facilitadores para a mobilidade nas cidades – seja conectando diferentes modais, aproximando serviços da população ou mesmo organizando o fluxo de carros numa região.
Em relação a outros espaços destinados a bicicletas, os Cycloparks são planejados para atender necessidades específicas dos ciclistas. Há locais para carregamento de bicicletas elétricas e ferramentas que podem ser usadas pelas pessoas que pedalam para fazer ajustes ou reparos.
Dessa forma, mesmo apostando no uso de carros – considerando ainda a frota crescente de automóveis elétricos – é possível contribuir com a mobilidade urbana sustentável nos maiores centros contemplando todas as opções possíveis de deslocamento.
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