O coronavírus sacudiu a Europa. Agora, com o início da retomada gradual das atividades, investimentos em mobilidade urbana sustentável ganham relevância na União Europeia.
O conjunto de estados europeus aprovou um plano chamado “Próxima Geração da União Europeia” com 750 bilhões de euros para serem investidos durante o período de 2021 a 2027.
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Esses recursos complementam os esforços nacionais para a recuperação socioeconômica no continente, apoiando investimentos urgentes em transições verdes e digitais – inclusive em serviços de transporte.
Um Fundo de Transição Justa será reforçado com até 40 bilhões euros para ajudar os Estados-membros a acelerar a transição para a neutralidade climática, transporte e logística mais limpos. Isso inclui a instalação de 1 milhão de pontos de carregamento para veículos elétricos, um impulso para viagens ferroviárias e mobilidade limpa.
O plano aprovado pela União Europeia tem a capacidade de remodelar o comportamento da sociedade europeia a curto e médio prazo. Com o medo de novas ondas da pandemia de covid-19 e outras possíveis doenças, muitos dos cuidados tomados durante o período de quarentena devem se fixar no comportamento cotidiano.
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O bloco pretende investir pesado em uma melhor conectividade, com implantação rápida de redes 5G e uma maior presença industrial e tecnológica em setores estratégicos, como inteligência artificial, segurança cibernética, supercomputação e nuvem. A partir desses setores, a Europa busca construir uma economia real de dados como motor de inovação e também de criação de empregos.
Esses princípios poderão acelerar iniciativas de mobilidade sustentável e inteligente, como smart cities, carros autônomos, veículos elétricos de decolagem e aterrissagem vertical (eVTOLs). Essas iniciativas, se tomadas em conjunto, poderão transformar a forma como as pessoas circulam nos espaços urbanos e o modo que impactam na Terra.
O plano foca em uma transição para a neutralidade climática, em busca de zerar a emissão líquida e desenvolver uma economia com baixa dependência dos combustíveis fósseis disponíveis. Em substituição, a Europa busca uma mobilidade sustentável e se prepara para criar as bases estruturais da troca de matriz energética.
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As autoridades da União Europeia afirmam “o investimento público destinado a relançar a recuperação do setor dos transportes deverá ser acompanhado pelo compromisso da indústria de investir em uma mobilidade mais limpa e mais sustentável”. Com isso, os países europeus também estão preocupados com os resíduos que podem ser causados por essa transição.
A proposta europeia analisará a forma de reforçar os mercados cruciais para a eletromobilidade, as pilhas, as baterias e tanto as energias renováveis como as de aplicações digitais. O plano prevê a prevenção da produção de resíduos, o aumento da reciclagem e o incremento da utilização das matérias-primas secundárias.
A União Europeia investirá 560 bilhões de euros em ações específicas para ajudar os estados-membros a se recuperarem da crise por meio da transição verde e digital. O recurso será disponibilizado por meio de repasses diretos e empréstimos, tendo foco nos países mais atingidos pela crise sanitária.
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Além disso, de forma imediata, o plano liberará 55 bilhões de euros adicionais para fortalecer a coesão de programas entre os países do bloco socioeconômico, desde 2020 até 2022 – com especial atenção para locais com elevado grau de desemprego juvenil. Com isso, a transição para o baixo carbono será realizada com geração de empregos.
As transformações provenientes da crise mundial poderão reconfigurar por muito tempo o cenário da sociedade, incluindo a mobilidade urbana em toda a União Europeia, com um “novo normal” mais verde, digital e com dependência reduzida de fontes de energia não renováveis, como combustíveis fósseis.
Fonte: WRI Brasil, União Europeia.
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