O primeiro trem da Linha 17-Ouro chegou em São Paulo em 8 de setembro. Depois de navegar por 40 dias da China até o Brasil e passar mais um dia na estrada, o veículo se encontra agora no Pátio Água Espraiada. No local, passa por um processo de montagem que deve durar até um mês. Em seguida, o trem enfrentará testes estáticos e dinâmicos, que atestarão se ele poderá ou não transportar passageiros.
O veículo tem cinco vagões e pode transportar cerca de 600 pessoas. Suas medidas são: 3,2 m de largura e 30 m de comprimento. As portas são planejadas para atender pessoas com mobilidade reduzida, e têm 1,6 metro. Ao mesmo tempo, todos os vagões possuem assentos prioritários para pessoas com deficiência.
Além do veículo que está sendo montado, outros 13 deverão circular pela Linha 17-Ouro. Os outros trens estão em processo de fabricação na China, sendo que a segunda composição deve chegar ao Brasil neste ano e as demais em 2025.
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Os testes no veículo serão de dois tipos diferentes. Em primeiro lugar, serão feitos as avaliações estáticas, ou seja, que: “verificam detalhadamente se o projeto está em conformidade com os requisitos do sistema, incluindo as exigências do Metrô, garantindo a funcionalidade de cada conjunto como uma unidade integral”.
Se o trem fabricado pela BYD Skyrail receber aprovação na primeira etapa de avaliação, isso significará que o veículo está dentro das especificações. Em seguida, os primeiros usos deverão acontecer em um ambiente controlado, sendo essa é a fase de testes dinâmicos.
Sobre o teste dinâmico, o Metrô informa que “inclui o teste da circulação do trem na via em baixa e em alta velocidade, de acordo com as especificações do projeto”. Toda essa etapa deve acontecer nas vias construídas dentro do Pátio Água Espraiada, uma espécie de “garagem” para trens.
Por fim, se o veículo também receber aprovação nessa fase, a companhia deve começar o protocolo de comissionamento etapa que garante ao veículo o certificado de segurança e o libera para a operação no dia a dia.
A Linha 17-Ouro foi planejada, inicialmente, para ficar pronta pouco antes da Copa do Mundo de 2014. O projeto original, que previa 18 estações, nunca saiu do papel. A construção foi retomada em setembro do ano passado e hoje, com 10 anos de atraso, será entregue – previsão é 2026 – com apenas oito estações.
A promessa do modal é ligar o Aeroporto de Congonhas à Estação Morumbi, da Linha 9-Esmeralda, ao longo de 6,7 km. A via também terá integração com a Linha 5-Lilás, na Estação Campo Belo.
Atualmente, apenas a Estação Morumbi da Linha 17-Ouro já está concluída. Sendo assim, outras sete passam por acabamentos (Congonhas, Jardim Aeroporto, Brooklin Paulista, Vereador José Diniz, Campo Belo, Vila Cordeiro e Chucri Zaidan).
“Foram montados os aparelhos de mudança de via do pátio, instalada a primeira porta de plataforma, na Estação Vereador José Diniz, e instalados os trilhos de captação elétrica, bem como equipamentos do sistema de sinalização”, afirma o Metrô em nota sobre as obras recentes.
De acordo com a companhia: “a meta é concluir a obra bruta até o final de 2025, permitindo o avanço da instalação de sistemas para a abertura da linha em 2026”.
Além de esforços no Brasil, empresas chinesas também estão envolvidas, essas fabricam veículos, portas de plataforma e o sistema AARU (Unidade Automática de Receptividade Garantida) que faz parte do sistema de tração dos trens.
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