Nas últimas semanas, passageiros de viagens por aplicativo publicaram nas redes sociais que foram cobrados pelos motoristas um valor adicional para acionar o ar-condicionado. Em outros relatos, não houve cobrança, mas o equipamento esteve desligado ao longo de todo o deslocamento, afirmam os internautas. A cobrança é feita fora do aplicativo, na maior parte das ocasiões, via Pix ou transferência bancária.
Durante a última semana de setembro, o País foi atingido por uma onda de calor que afetou várias regiões. Estados como Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, por exemplo, registraram temperaturas próximas aos 45ºC.
Enquanto os passageiros reclamam da nova tendência, os motoristas defendem a “tarifa extra”. Em termos técnicos, o uso de ar-condicionado pode gerar um gasto adicional ao motorista. A maioria dos sistemas de ar-condicionado nos veículos utiliza compressor mecânico. Isso significa que, para funcionar, é necessário que o motor do carro esteja ligado. Essa função faz com que o motorista precise gastar ainda mais.
Em posicionamento enviado ao Mobilidade, a 99 informa que segue as determinações das autoridades brasileiras voltadas ao transporte individual privado por aplicativo. De acordo com a empresa, a utilização ou não do ar-condicionado deve ser combinada entre motorista parceiro e passageiro.
“A empresa reforça, ainda, que o bom senso, respeito, empatia e gentileza são fundamentais para que a experiência do passageiro e do motorista parceiro seja a melhor possível. Após a viagem, tanto os condutores quanto passageiros são incentivados a avaliar suas corridas, podendo registrar eventuais ocorrências”, afirma o documento.
Para o InDrive, aplicativo que funciona como um serviço alternativo ao táxi, os termos da viagem também são estabelecidas entre motorista e passageiro. “No sistema da inDrive, nem mesmo o preço da viagem é definido pela plataforma, pois ele ocorre exclusivamente entre motorista e passageiro”, explicam.
Segundo a empresa, pelas regras de uso do aplicativo, está explícito aos motoristas que o único objetivo é levar passageiros do ponto A ao ponto B de forma segura e confortável. “Ele deve se atentar a algumas demandas que dizem respeito a esta confortabilidade a ser oferecida. Mas, ainda assim, sugerimos que questões práticas durante a corrida sejam alinhadas entre as partes previamente, para benefício de ambos”, reforçam.
Para a Uber, não existe obrigatoriedade nem proibição, por parte da empresa, do uso do ar-condicionado durante qualquer uma das modalidades de viagem oferecidas pela plataforma.
“A temperatura do veículo, assim como outros aspectos como rádio/música, fazem parte das preferências de viagem que podem ser combinadas mutuamente entre o motorista parceiro e o usuário para uma viagem confortável para todos”, explicam.
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