A cidade de São Paulo possui 201 trólebus em operação atualmente. Os veículos elétricos circulam pela capital paulista há 75 anos sem necessidade de gasolina ou diesel e não emitem poluentes. No entanto, a tecnologia usada no modal não é a mais moderna e com frequência apresenta falhas.
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A SPTrans, empresa responsável pelo modal, detalhou para o Mobilidade Estadão quais são os planos para o futuro dos trólebus paulistanos e a frequência com a qual esses veículos apresentam problemas. Sendo assim, confira mais informações a seguir.
Uma mistura entre bonde e ônibus, o trólebus recebe energia por duas hastes metálicas em seu teto que se ligam à rede elétrica aérea. Os fios com energia passam por cima de todo o trajeto que o veículo percorre.
O modal se mostrou vantajoso frente aos bondes que cortavam São Paulo em sua época de instalação, na metade do século passado. Por não ter a necessidade dos trilhos, era possível fazer manobras mais elaboradas, porém, ainda limitadas pela rede aérea na qual o coletivo é ligado.
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Os trólebus ainda figuram como opção de transporte “limpo”, que não emite poluentes. Ao mesmo tempo, o veículo é silencioso e pode transportar muitos passageiros. Porém, interferências na rede aérea, como galhos ou queda de energia, podem inutilizar o modal, o que representa uma desvantagem em relação a outros meios, como os ônibus elétricos desenvolvidos nos últimos anos que trazem baterias elétricas embutidas.
De acordo com a SPTrans, “no ano de 2023, foram registradas 277 interferências na rede elétrica” que causaram problemas para a circulação dos trólebus. Em 2024, até o mês de julho, as falhas no modal já somavam 173, podendo aumentar ainda mais ao longo dos próximos meses.
“Estas interferências não significam que houve falha na manutenção. Há interrupções por queda de galhos e objetos, veículo enroscados ou ausência de tensão na rede, por exemplo”, ressalta a SPTrans.
Por fim, a empresa que faz a gestão do transporte público de São Paulo informa que a rede de via aérea que alimenta os trólebus passou por modernização em 2020. Como o objetivo da companhia é manter o modal operando, são comuns manutenções preventivas periódicas na rede de energia que alimenta os 201 trólebus que ainda trafegam na capital paulista.
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Os trólebus ainda rodam pelas ruas paulistanas por dois simples motivos: não emitem poluentes e ainda não estão com idade de operação vencida.
“A prioridade, e o que está sendo feito no momento, é a substituição dos ônibus a diesel. Inclusive, desde outubro de 2022, por determinação da SPTrans, não é mais permitida a compra de veículos movidos com esse tipo de combustível”, afirma a empresa em nota.
Por isso, os trólebus devem continuar em circulação até terem a sua idade operacional vencida, após 15 anos de operação.
Por fim, a SPTrans revela que os veículos ajudam na meta de descarbonizar o transporte de São Paulo. “Anualmente, cada veículo com tração elétrica deixa de emitir, em média, 0,24 tonelada de NOx (óxidos de nitrogênio); 0,002 tonelada de MP (material particulado) e 106 toneladas de CO2 (dióxido de carbono)”.
Existem oito linhas que contam com trólebus em São Paulo. A 408A-10 Machado de Assis – Cardoso de Almeida foi a primeira a ser criada na cidade, em abril de 1949, e está em circulação até hoje.
Além desse trajeto, os passageiros do dia a dia (e os turistas interessados em conhecer o modal) podem encontrar os trólebus nos seguintes percursos:
2100-10 | TERM. VL. CARRÃO | PÇA. DA SÉ |
2290-10 | TERM. SÃO MATEUS | TERM. PQ. D. PEDRO II |
2290-21 | SÃO MATEUS | TERM. PQ. D. PEDRO II |
3160-10 | TERM. VL. PRUDENTE | TERM. PQ. D. PEDRO II |
342M-10 | TERM. SÃO MATEUS | TERM. PENHA |
4112-10 | STA. MARGARIDA MARIA | PÇA. DA REPÚBLICA |
4113-10 | GENTIL DE MOURA | PÇA. DA REPÚBLICA |