Estrada de Ferro Campos do Jordão
Detalhes sobre como será a reativação do Complexo Turístico Estrada de Ferro Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira, São Paulo, foram divulgados esta semana pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) do governo do Estado. O projeto está em fase de consulta pública e aberto para sugestões de empresas, especialistas e do público em geral. Veja tudo que já se sabe.
O ramal tem 47 km de extensão e liga os municípios de Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal e Pindamonhangaba, em São Paulo. Além das vias permanentes e maquinários, passarão à administração da concessionária o Parque das Águas Claras, o Museu Centro de Memória Ferroviárias e, além disso, todas as estações, paradas e bens imóveis administrados pela Estrada de Ferro.
O governo anunciou o cronograma dos próximos passos após a consulta pública. Ainda no último trimestre de 2025 o governo espera lançar o edital e realizar o leilão. Em seguida, se tudo acontecer como esperado, ocorrerá a assinatura do contrato na primeira metade de 2026.
O primeiro serviço a operar será a antiga Maria Fumaça do Serviço Turístico Expresso, entre as estações Emílio Ribas e Abernéssia. A concessionária terá um ano após a assinatura do contrato para iniciar a oferecer este serviço. Deverá haver, no mínimo, duas viagens por dia, incluindo finais de semana.
Em seguida, em até 3 anos de concessão, deve começar a circular o Serviço Turístico Parador Curto, com bondes (elétricos), também duas vezes por dia. O trem vai sair da Estação Emílio Ribas até a Nova Portal.
O Serviço Turístico Médio será o terceiro e último a operar, em até 5 anos após a assinatura. Ele vai contar com tecnologia litorina, um motor a combustão idêntico ao usado no vagão de luxo Litorina que faz o passeio entre Curitiba e Morretes, no Paraná.
Todos os projetos envolvendo a implementação desses ramais será responsabilidade da empresa que vencer o leilão. Portanto, muitos detalhes ainda ainda não tem definição.
De acordo com o contrato, a empresa terá também que garantir a acessibilidade de todos os vagões para pessoas com necessidades especiais, obesos, usuários de cadeiras de rodas, idosos, gestantes e menores de 12 anos.
Ao todo, são 8 estações e 24 paradas. Da estação inicial até a final, a variação de altura ultrapassa a marca dos mil quilômetros. A Estação Sede, em Pindamonhangaba, está a uma altura de 552 metros, enquanto o ponto mais alto, na Parada Cacique, em Campos do Jordão, está a 1.743 metros de altura.
Os documentos divulgados trazem informações sobre todas elas. Algumas, como a Estação Sede, com seus 798 metros quadrados de edificação, são belas construções de época, em bom estado de preservação. Outras paradas são apenas blocos de concreto no meio da linha.
Entre as locomotivas inventariadas na concessão estão relíquias como a Maria Fumaça, locomotiva a vapor de 1947 que se encontra em condições de operação. Outra, nesse sentido, é a locomotiva elétrica modelo E69, de 1924, que está fora de operação. Os trens mais antigos são duas classes de passageiros de 1888, estacionados em Pindamonhangaba.
A concessionária, de acordo com o contrato, deverá restaurar a Maria Fumaça, mantendo a “identidade visual histórica” do vagão.
A gestão do Centro de Memória Ferroviária, museu que guarda a história da ferrovia e da região, também passará à iniciativa privada. Assim, a concessionária terá obrigação de preservar o acervo, inventariando todos os bens e fazendo manutenção preventiva de todas as obras.
O prazo da concessão é de 24 anos. O valor estimado do contrato é de R$ 380 milhões, mas ainda pode sofrer alterações. Não estão definidos, da mesma forma, os valores das multas em caso de descumprimento de algum requisito do edital.