Estudo compara o perfil de usuários de bicicletas compartilhadas

Em São Paulo, 85% das pessoas que usam mais de um modal complementam as viagens com o transporte público. Foto: Getty Images.

29/08/2022 - Tempo de leitura: 2 minutos, 24 segundos

A Tembici encomendou o estudo Micromobilidade no sul global, que detalha o perfil de usuários de bicicletas compartilhadas. Segundo a pesquisa, compartilhar bike é uma alternativa ao trânsito de São Paulo.

Para traçar o perfil dos usuários, o estudo ouviu mais de 5.700 pessoas. O resultado foi que, em São Paulo, 85% das pessoas que usam mais de um modal complementam as viagens com o transporte público. Ou seja, utilizam a bicicleta compartilhada mais o ônibus, trem ou metrô.

Além disso, 49% das pessoas disseram que utilizariam transportes motorizados se não fosse a bicicleta compartilhada. Portanto, a bike acaba sendo uma forma de evitar o uso de carro nas cidades. 

Além disso, o estudo mostra que o uso de bicicletas compartilhadas evitou a emissão de mais de 1,3 mil toneladas de dióxido de carbono. Entretanto, o número considera apenas as bikes da Tembici em São Paulo. 

A pesquisa também aponta que, em São Paulo, 77% das pessoas utilizam o sistema para deslocamentos do dia a dia e 22% para lazer. Entre as pessoas que usam a bike para gerar renda, 80% são homens, 19% mulheres e 1% são pessoas de gênero não-binário. Deste total, 37% têm de 20 a 29 anos e 30%, de 30 a 39 anos.

Por fim, conforto (39%), saúde (23%), economia de tempo (13%) e sustentabilidade (10%) são os principais motivos apontados pelos usuários da Tembici para optarem por bicicleta compartilhada.

Para o estudo, a empresa analisou o Bike Sampa, sistema de bicicletas compartilhadas da Tembici, em parceria com o Itaú Unibanco em São Paulo. O sistema conta com 260 estações e mais de 2.700 bicicletas espalhadas pela cidade. De acordo com a empresa, o serviço teve um aumento de 42% nas viagens entre os meses de janeiro a junho de 2022. Já o número de novos usuários cresceu 34%.

Bicicleta compartilhada no Brasil

O levantamento é inédito na América do Sul e mostra que o uso de bicicleta compartilhada cresceu no continente, sendo que o Brasil responde por 33% da oferta de bikes compartilhadas. Ao todo, são 25 sistemas no país, enquanto os outros 13 países têm em operação 75 serviços somados.

Contudo, as cidades latino-americanas ainda têm muito a avançar em termos de infraestrutura para bicicletas, segundo o estudo. A proporção de quilômetros de vias com ciclovias ou ciclofaixa não chega a 6% nas cidades atendidas.

O serviço da Tembici é o maior na América Latina. Segundo a pesquisa, 72% das bicicletas compartilhadas disponíveis no Brasil, na Argentina e no Chile são operadas pela empresa. A Tembici atende desde núcleos urbanos com poucos milhares de habitantes, como Riviera de São Lourenço (Bertioga/SP) e Nordelta (Argentina) até grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, onde a população ultrapassa as 12 milhões de pessoas.