A Stock Car Pro Series, mais longeva categoria do automobilismo brasileiro e uma das mais antigas em disputa no mundo, passa por mais uma mudança de personalidade. Com as recentes alterações em sua direção, os novos promotores fazem uma imersão total no mundo digital, aproximando-a dos fãs e patrocinadores, mesmo em tempos de distanciamento social.
E se há uma discussão quentíssima na categoria é sobre a nova geração de pilotos que vem dando as caras. Com 43 anos de existência, nossa Stock Car já viu centenas de grandes pilotos mostrarem suas habilidades ao volante dos Chevrolet Opala, fundadores, passando pelos protótipos Hidroplás, Omega, Vectra, Astra, Mitsubishi Lancer, VW Bora, Peugeot 307 e 408, Chevrolet Sonic, chegando aos atuais Chevrolet Cruze e Toyota Corolla.
No início dos anos 2000, uma nova geração de pilotos chegava à categoria para desafiar os campeões Ingo Hoffmann, Paulo Gomes e Chico Serra.
Nomes como Cacá Bueno, David Muffato, Giuliano Losacco, Beto Giorgi e Thiago Camilo colocavam a hegemonia dos “dinossauros” em xeque. Outra característica marcante da Stock Car sempre foi o alto nível de pilotagem, retratado na presença de vários ex-Fórmula 1 e Indy.
Em 2012, ele fez três corridas para experimentar. O ano de 2013 estreou de verdade e, em 2014, já mostrou a que veio, conquistando o título. A chegada de Rubens Barrichello deu uma oxigenada à categoria, logo após sua “aventura” na Indy, depois de suas 323 corridas disputadas em 19 temporadas de Fórmula 1. Além do nome de respeito, Rubinho trouxe também uma energia nova à Stock Car, transferida por seu amor incondicional ao esporte. Chegou, viu, venceu e gostou.
Aos 49 anos, Rubens Barrichello pode ser visto, atualmente, treinando de kart, ganhando uma corrida na Argentina ou acompanhando o filho Dudu Barrichello, que estreou neste ano no automobilismo, na Fórmula Regional Europeia by Alpine. Realizado e de bem com a vida, faz graça com as piadas que surgiram em torno de seu nome no decorrer da carreira.
Barrichello, que chegou ao Velocitta no último final de semana com apenas 2 pontos no campeonato, somou 95 e subiu à sexta colocação na tabela, agora com 97. Ele venceu a Corrida 2 do sábado (19), fez a pole para a quarta etapa de domingo (20), venceu a corrida 1 e foi segundo na 2. Voltou para casa com seis troféus no porta-malas – a pole position, a volta mais rápida da corrida e a maior pontuação da etapa também rendem troféus. Foi também o Man of The Race Claro 5G e registrou a melhor volta Motorola.
Depois do final de semana que premiou os fãs com quatro corridas, o tricampeão Daniel Serra segue líder da categoria graças a um quarto e um sexto lugares nas corridas do domingo.
Outro ex-Fórmula 1 e campeão mundial de Gran Turismo, Ricardo Zonta mostrou que a velha-guarda da Stock Car ainda tem muita lenha para queimar, aos 45 anos de idade. Venceu a corrida 2, fez a pole no sábado e subiu para a terceira posição na tabela. Ele e Barrichello foram os maiores pontuadores do final de semana duplo da Stock Car. Zonta somou 93 pontos, no final de semana – apenas 2 a menos que Rubinho.
Fica muito claro que a combinação de pilotagem, equipamento, experiência e, por que não?, sorte é ainda necessária para vencer na Stock Car Pro Series, uma das mais equilibradas categorias do mundo.
Rubinho não recebeu a bandeirada em primeiro na corrida 2 do sábado, mas herdou a vitória com a desclassificação do piloto Lucas Foresti, por uso indevido do botão de ultrapassagem.
Foi um final de semana para a nova geração de pilotos da Stock Car aprender um pouco mais. Enquanto isso, os “velhinhos” vão aumentando as prateleiras em casa para acomodar tantos troféus.