Honda quer ‘popularizar’ câmbio automatizado em motos no Brasil

Assim como a Africa Twin, a Honda NC 750X com câmbio DCT passa a ser produzida no Brasil. Fotos: Divulgação/Honda

01/04/2024 - Tempo de leitura: 2 minutos, 43 segundos

A tecnologia DCT (Dual Clutch Transmission), ou seja, um câmbio de dupla embreagem que faz trocas de marchas de forma automática, estreou em motocicletas da Honda em 2010. Depois de fazer sucesso na Europa, onde já vendeu quase 200 mil motos com essa tecnologia, a marca quer “popularizar” o câmbio inovador também no Brasil. Para isso, passou a produzir a NC 750X 2024 com DCT em sua fábrica em Manaus (AM). Trata-se do segundo modelo equipado com a tecnologia a ser produzido no País. A planta brasileira, aliás, é a única fora do Japão que monta esse tipo de câmbio. 

Embora a produção local não tenha reduzido muito o preço final do modelo, possibilita a venda em toda a rede de mais de mil concessionárias da marca em todo o País. Até então, apenas as lojas especializadas em motos importadas vendiam o modelo. Com isso, a marca espera aumentar a participação da versão com a tecnologia nas vendas. Em 2022, a marca vendeu 3.089 NC 750X, porém somente 21% tinham câmbio DCT. 

“Nossa projeção é vender 1.400 unidades da NC 750X com DCT neste ano”, revelou o supervisor de relações públicas da Honda Motos, Luiz Gustavo Guereschi. 

Mais segurança

Até hoje, o DCT da Honda permanece uma tecnologia única no mundo das motos. A marca aposta que o câmbio possa tornar o ato de pilotar uma motocicleta acessível a um maior número de pessoas e também mais seguro. 

Para os engenheiros japoneses, a tecnologia DCT permite ao motociclista concentrar-se mais no trajeto. Prestar atenção aos pontos de frenagem, às curvas e às acelerações, sem ter de se preocupar com as trocas de marcha. “Aumenta a segurança no sentido de que o motociclista não precisa se preocupar com o controle da embreagem e se está na marcha ideal naquela situação”, reforça Guereschi. 

Como funciona

O DCT é um câmbio com duas embreagens eletro-hidráulicas e engrenagem automatizada das mudanças. Cada uma das embreagens controla um conjunto separado de marchas. Uma delas engata a 1ª, 3ª e 5ª velocidades e a outra “toma conta” da 2ª, 4ª e 6ª velocidades.

As mudanças de marcha podem ser feitas em modo Automático, por meio do monitoramento constante de parâmetros, como a velocidade do veículo, a rotação do motor e o ângulo de abertura do acelerador. Ou, ainda, em modo Manual pelo condutor, usando os botões de mudanças no punho esquerdo do guidão. 

Não existe manete de embreagem ou pedal de câmbio, o que tornaria o ato de pilotar uma moto mais simples. Afinal, controlar a embreagem com a mão esquerda e trocar de marcha com o pé esquerdo exige certa coordenação e treino. Fator que pode afastar aspirantes a andar de moto.

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Outro benefício, de acordo com a marca japonesa, é que em modelos feitos para viajar, como a NC 750X, é que o fato de não se preocupar em trocar marchas libera o motociclista para curtir a estrada e admirar a paisagem em uma viagem de moto.